Jovem Pan e demais órgãos da mídia bolsonarista serão expostas na delação de Cid

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Em sua delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid vai revelar detalhes da relação que Jair Bolsonaro (PL) e seu entorno tinham com veículos de imprensa alinhados ao governo do ex-presidente.

Por Jessica Alexandrino, compartilhado de DCM




Mauro Cid de perfil, fardado e falando
Tenente-coronel Mauro Cid fez acordo sobre delação premiada – Foto: Sérgio Lima

O acordo foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no último fim de semana, e também prevê que o militar fale sobre a proximidade do ex-mandatário com a Jovem Pan.

O ex-ajudante de ordens contará como ajudava Bolsonaro na agenda de entrevistas com a emissora paulistana, que tinha diversos bolsonaristas em seu elenco, e dará detalhes de seu contato direto com comentaristas e repórteres do canal para alinhamento de discurso.

Na JP, o ex-presidente surgiu em diversas entrevistas, a maioria concedida ao Pânico, exibido entre 12h e 14h e comandado por Emílio Surita.

Jair Bolsonaro de roupa preta no estúdio do Pânico, da Jovem Pan
Jair Bolsonaro em uma de suas participações no Pânico – Reprodução/Jovem Pan

Durante sua campanha eleitoral, em agosto do ano passado, ex-presidente foi pessoalmente à sede da emissora, localizada na Avenida Paulista, em São Paulo, e conversou por duas horas e meia com os integrantes do humorístico. No mês seguinte, esteve no Morning Show, programa matinal do mesmo canal.

Nos quatro anos de mandato de Bolsonaro, a Jovem Pan firmou contratos que somaram R$ 18,8 milhões, conforme revelaram informações públicas da Secom (Secretaria de Comunicação Social) da presidência da República. Destes dados, é excluída a publicidade de bancos e gigantes estatais, como a Petrobras.

O valor fez com que a JP figurasse como a 12ª empresa com mais verbas de publicidade federal. Já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), existe apenas um registro no sistema de divulgação de verbas federal em 2023, de R$ 2,4 mil, para uma rádio afiliada de Manaus (AM), para exibição de campanha de combate à tuberculose.

Ainda em sua delação, Mauro Cid vai abordar a relação financeira com empresários, jornalistas e donos de órgãos de imprensa ligados à extrema-direita, que teriam recebido financiamento para aumentarem sua estrutura dando, em contrapartida, defesa e divulgação de realizações do antigo governo federal.

Os advogados do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro afirma ter comprovações de pagamentos que teriam sido realizados e prometeu apresentá-los na delação.

Neste ponto, a ideia do militar é provar que Cid tinha conhecimento de tudo o que ocorria ao redor de Bolsonaro durante seu mandato,  o que inclui a disseminação de fake news e financiamento de mídia alternativa. Com informações da Folha de S.Paulo.

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