Por Washington Araújo, jornalista –
Meu ídolo Juary completa 58 anos, em 16 de junho. O “Menino da Vila” que no final da década de 70 deixou louco um monte de adversários (lembra, Waldir Peres?), com sua rapidez, habilidade precisão, ousadia e alegria em fazer gols, será sempre menino para mim e para uma geração de torcedores santistas que viu o Santos futebol clube se reerguer depois de uns seis anos, amargando o início da lacuna deixada por ninguém que Pelé.
Nilton Bata, Juary e João Paulo. O trio de atacantes mora até hoje em meu imaginário futebolístico, assim como Dorval, Mengávio, Coutinho, Pelé e Pepe. Bem como Diego e Robinho.
Juary fez parte dos primeiros e eternos “Meninos da Vila”, surgidos pela ousadia do mestre Zito, que diretor do Santos na época, vendo o Santos sem dinheiro para contratar virou-se para o então presidente Rubens Quintas Ovalle e disse para pôr a molecada no time principal, que ele bancava. Formiga era o técnico e deu no que deu. Santos campeão paulista de 1978. O título foi só conseqüência, o lindo era ver a alegria e a doce irresponsabilidade com que jogava. O time, além do aniversariante e dos outros dois citados, contava com Ailton Lira e Pita, maestros no meio de campo, meias habilidosos que não se vê mais por aí com facilidade. Além disso, os muitos meninos eram coadjuvados por Clodoaldo e outros jogadores experimentados, como Nelsinho (Batista) e Gilberto Sorriso.
Bom, mas estamos aqui para falar do menino Juary, que nasceu em São João do Meriti (RJ), foi para Santos e ganhou o mundo. Para não me estender muito e deixar que a lembrança dos amigos façam lançamentos maravilhosos, lembro somente que a sorte nos campos da vida me fez amigo de Juary. Convivi com ele bons momentos no início do deste século, depois ele seguiu para a Itália e eu passei a trabalhar no Rio de Janeiro. Em 2012, fui a Roma, mas sabendo que meu ídolo estava treinando um time nas proximidades de Gênova, chamei o meu amigo fotógrafo italiano, Nico Tucci, pegamos um trem e fomos a 500 quilômetros, a Sestri Levante, encontrar e entrevistar o grande Juary para a Revista Brasileiros. Lá se vão cinco anos, mas tudo que está ali escrito é vero, atesto e dou fé.
As fotos, comigo caminhando em Sestri Levante ao lado do ídolo, e a da abertura do texto são de Nico Tucci. As outras, não localizei os autores. Quem souber, favor comunicar para que eu dê o merecido crédito.
Veja aqui os gols da decsião de 1978, narrados pelo grande Osmar Santos:
Vejam aqui a entrevista:
Juary Jorge dos Santos Filho, centroavante do Santos no final da década de 1970, é o autor original da dança em volta da bandeirinha do escanteio – a repetida por Neymar em comemoração ao seu 101º gol.