Juca de volta à Cultura. E aí?

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Por Theófilo Rodrigues, publicado em O Cafezinho – 

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“A cultura não pode ser dependente do departamento de marketing das grandes corporações”. Com esta frase Juca Ferreira marcou seu discurso de posse como ministro da cultura em cerimônia que acaba de ocorrer no Teatro FUNARTE Plínio Marcos.

A posse de Juca foi prestigiada pelos ministros Miguel Rossetto da Secretaria Geral da Presidência e Aldo Rebelo da Ciência e Tecnologia, além de centenas de ativistas sociais e militantes culturais que ocuparam todo o teatro.

“Queremos construir um projeto republicano e democrático de cultura”, reafirmou o novo ministro. A tarefa não é nova para Juca Ferreira. Entre 2008 e 2010 o baiano já havia ocupado a pasta e deixado sua principal marca: os Pontos de Cultura.

Os Pontos de Cultura partem do princípio de que a cultura não pode ser imposta de cima para baixo a partir de grandes eventos propostos pelo Estado ou pelas grandes empresas, mas sim através do fortalecimento daquilo que já é produzido nas favelas, comunidades e periferias de todo o Brasil. Ou seja, a valorização da cultura de baixo para cima.

No mesmo dia de sua posse o novo ministro anunciou que a professora da Escola de Comunicação da UFRJ, Ivana Bentes, será a nova Secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério. Ivana é conhecida por ser uma grande referência para os jovens ativistas digitais das periferias das grandes cidades como a Mídia Ninja e o Fora do Eixo, bem como entusiasta de anos do projeto dos Pontos de Cultura.

“O MinC de Juca Ferreira traz esse novo entendimento: que podemos, partindo da cultura, repensar questões decisivas como a valorização, apoio, sustentabilidade e ampliação da política dos Pontos de Cultura, dos Pontos de Cultura Indígenas, ações de formação dos movimentos urbanos, novas redes de produção audiovisual, de mídia, dos povos tradicionais, cultura digital, as linguagens urbanas e das artes”, declarou uma emocionada Ivana Bentes em sua rede social na manhã desta segunda-feira.

O MinC de Juca Ferreira traz esse novo entendimento: que podemos, partindo da cultura, repensar questões decisivas como a valorização, apoio, sustentabilidade e ampliação da política dos Pontos de Cultura, dos Pontos de Cultura Indígenas, ações de formação dos movimentos urbanos, novas redes de produção audiovisual, de mídia, dos povos tradicionais, cultura digital, as linguagens urbanas e das artes.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), ex-presidenta da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, pareceu ser a parlamentar mais contente com a futura gestão do ministério. “A indicação de Juca Ferreira para o MinC representa a retomada de um compromisso iniciado no governo Lula de colocar a cultura na centralidade de um projeto de desenvolvimento para o Brasil”, pontuou a deputada comunista.

O processo de montagem do novo ministério da presidenta Dilma Rousseff sofreu críticas por ser demasiadamente referenciado na correlação de forças do Congresso Nacional e pouco amparado no conjunto da sociedade civil e dos movimentos sociais. A indicação de Juca é um suspiro popular e uma exceção nesta regra.

“O MinC está de volta para o futuro”, foram as palavras escolhidas pelo novo ministro para finalizar seu discurso de posse. E esse futuro parece ser bem promissor. Boa sorte, ministro!

Theófilo Rodrigues é cientista político.

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