Por Gisele Cittadino, Facebook –
Nessas últimas 24 horas, o poder judiciário brasileiro parece ter atingido o ápice do autoritarismo ao mesmo tempo em que subestima a inteligência de todos nós:
a) começando pelo alto, o ministro Luiz Fux teve a cara de pau de dizer ontem à noite que ele foi favorável ao fim do financiamento das empresas aos partidos políticos porque elas doavam recursos com vistas aos benefícios que iriam obter no futuro. Todavia, ele disse que pode mudar de ideia se as empresas deixarem claro que as doações justificam-se por questões ideológicas. O ministro abriu um novo campo temático no âmbito da teoria política, aquele que vai tratar da ideologia política das empresas numa sociedade capitalista. Que empresa poderia doar para o PT, PSOL ou PCdoB? Já sei! Talvez a loja do MST em São Paulo que vende produtos provenientes dos acampamentos do movimento. E essa gente ainda tem a ousadia de se apresentar como “vanguarda iluminista”;
b) na região intermediária, um desembargador de Goiás, Eugênio Cesário, quis suspender uma sessão no Tribunal porque a advogada estava vestida apenas com uma camiseta. O machismo, a misoginia e o autoritarismo – ou a atração – o fizeram confundir um vestido preto cavado com uma camiseta;
c) na justiça federal, um juiz resolveu atender a um pedido de um político do DEM e suspender a decisão do conselho universitário de uma universidade federal de conceder um título de doutor “honoris causa” ao ex-Presidente Lula. Com base em quê? Nem o capeta seria capaz de encontrar a resposta.