Mario Marona no Facebook –
Sérgio Moro acaba de inventar a corrupção do bem.
Para Moro, se o corrupto toma propina da empreiteira para facilitar a vida da empresa em contratos públicos ou em decisões no Congresso, mas fica com o dinheiro para si mesmo, depositando-o numa conta secreta, para gastar no futuro, pessoalmente ou numa campanha eleitoral, não estará fazendo mal a ninguém.
Mas se o corrupto recebe dinheiro da mesma empreiteira, em caixa 1 ou caixa 2, e entrega à tesouraria do partido para pagar despesas de campanha, estará cometendo crime hediondo e sem atenuantes.
Moro inventa, assim, a diferença entre o caixa 1 e o caixa 2 do PT, que merecem ser punidos, e a modalidade inocente de suborno, que é o caixa-Serra, o caixa-Aécio, o caixa-Cunha e o caixa-Cabral, que não devem ser incomodados por juízes como ele.
Como se esta modalidade “individualista” de suborno não pudesse ser, também, contrapartida de assalto ao Estado, encarecimento de obras públicas e aprovação de privilégios legais.
Espantosamente, Moro defendeu esta excrescência jurídica e moral nos Estados Unidos, onde aceita-se que a maioria dos políticos se eleja com dinheiro de grandes empresas, às quais prestam favores depois de eleitos, mas o judiciário costuma ser severo com corruptos e ladrões que roubam ou chantageiam para enriquecimento pessoal.