Por Altamiro Borges em seu Blog –
Na semana passada, a juíza federal Sílvia Figueiredo Marques, da 26ª Vara Cível de São Paulo, concedeu liminar ao estudante de direito Pedro Bellitani Baleotti, expulso da Universidade Presbiteriana Mackenzie por gravar e divulgar dois vídeos racistas durante as eleições de outubro passado. Alegando ter encontrado “irregularidades” no processo disciplinar, a juíza ordenou o “imediato restabelecimento do vínculo” do aluno com a instituição, garantindo a sua matrícula. Por outro lado, a magistrada manteve a suspensão do racista das aulas devido à “animosidade” instalada no campus.
As cenas revoltaram estudantes e professores do Mackenzie e a direção da universidade decidiu pelo seu desligamento em 14 de novembro. O racista também foi demitido do escritório de advocacia DDSA em que fazia estágio. Além disso, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância da Policia Civil indiciou o estudante com base no artigo 20, parágrafo 2, da Lei do Crime Racial 7.716/89: “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, estando sujeito a reclusão de dois a cinco anos e multa”.
As punições, porém, não deram em nada. A decisão da “Justiça” gerou reação no Mackenzie e nos movimentos antirracistas. O Coletivo Negro Afro Mack, que apoiou os atos contra o fascistoide em 2018, publicou nota nas redes sociais lamentando o ocorrido. “É com profunda consternação que anunciamos que o aluno Pedro Baleotti, o qual foi expulso por declarações racistas, poderá voltar frequentar a Universidade Presbiteriana Mackenzie”. O coletivo também conclama a prosseguir na luta pela punição do racista. “Contamos, mais uma vez, com o apoio da comunidade e sociedade nesta luta que não é só nossa. Pela permanência e bem-estar de toda a comunidade universitária, para que possamos seguir sendo diversos e plurais”.