Por Antônio Augusto, na Carta Maior, compartilhado de Outra Palavras –
Cineasta britânico, que sempre lutou por democracia, direitos e tolerância, é acusado de “antissemitismo”. Movito: defendeu povo palestino e boicote a produtos de Israel. Patrulhamento imita regimes que aterrorizaram judeus no século XX
O cinismo dos judeus de direita apoiadores de Israel não tem limites.
Recente ação execrável deste “lobby” move campanha contra o humanista, o consagrado cineasta britânico de esquerda, Ken Loach, autor de dezenas de filmes relevantes, clássicos como “Vida em família”, “A canção de Carla”, “Meu nome é Joe”, “Pão e rosas”, “Looking for Eric”, “Jimmy’s hall”, “Eu, Daniel Blake”.
Como não poderia deixar de ser, dadas suas posições de esquerda, em defesa da justiça social no mundo, Loach é firme defensor dos direitos nacionais do povo palestino, aviltados e negados cotidianamente pelo Estado de Israel.
Ele é acusado pelo “lobby” pró-Israel de ser… “anti-semita”. Além de difusores de “fake news”, falta originalidade a estes judeus de direita, alinhados pela extrema-direita (isso depois de sofrerem genocídio do nazismo, a ditadura de extrema-direita na Alemanha de então). Quem defenda o povo palestino é rotulado por tais caluniadores como “anti-semita”.
Embora minoritários, há judeus de esquerda, tanto em Israel, como em todo o mundo, igualmente no Brasil, que não se identificam com a política do Estado sionista – ao contrário, contestam-na.
O anti-semitismo é uma das pragas difundidas pelo extremismo de direita, pelo fascismo. Nunca pelos antifascistas, pela esquerda, pelos defensores dos direitos dos povos, como é o caso de Ken Loach.
Quem está próximo do anti-semitismo não são os democratas, mas o “lobby” pró-Israel: próximo não só não só nas mentiras, na demagogia, como na discriminação, na opressão praticada contra os palestinos.
Colonialismo e ocupação militar contra os palestinos
Israel ocupa o território palestino, e o faz militarmente.
Executa política sistemática de “apartheid” contra os palestinos, além de massacres sistemáticos e bombardeamentos periódicos nos cada vez mais escassos territórios palestinos.
Tais agressões militares se estendem a países árabes onde palestinos estão refugiados, como já ocorreu diversas vezes na Jordânia, no Líbano, na Síria.
O Estado terrorista israelense fomenta o roubo contínuo de terras palestinas, numa política de anexação e extinção do território palestino, concretização do mais nocivo colonialismo.
Israel, linha de frente do imperialismo americano
Tudo isso com o incentivo, o completo apoio do imperialismo americano, que financia – além de proporcionar armamentos de ponta, aviões de alta tecnologia, e munições – Israel como potência militar, país super-armado, até com arsenal de bombas atômicas.
Israel, ainda com apoio central dos Estados Unidos, descumpre dezenas de resoluções da ONU garantidoras dos direitos do povo palestino.
A situação a que chegou o terrorismo de Estado israelense é comparável à executada pelo extinto regime de “Apartheid” do regime racista da África do Sul. Contra o “apartheid” sul-africano, as sanções internacionais foram importantes na dissolução desse regime.
O mesmo tipo de dissuasão impõe-se agora contra Israel. É hora de reforçar cada vez mais o boicote contra o regime israelense em todos os níveis: dos investimentos ao comércio internacional, das relações diplomáticas ao corte de intercâmbio de quaisquer relações, sejam culturais ou esportivas.
Não por acaso Israel e o extinto regime sul-africano do “Apartheid” mantinham íntimas relações, inclusive de cooperação nuclear.
Também não à toa Israel é apontado como exemplo por movimentos neofascistas, e regimes extremistas de direita pelo mundo. Isso se dá, inclusive, aqui no Brasil: as muitas amistosas relações estabelecidas com Israel deste símbolo do atraso e do retrocesso, do escárnio contra a democracia e os Direitos Humanos, o governo Bolsonaro.
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Pelo boicote internacional a Israel: obrigação moral de todos os democratas do mundo; das pessoas de perspectiva humanitária; de todos os países compromissados minimamente com a democracia, os Direitos Humanos, a afirmação civilizada do Direito Internacional.