Por Ana Helena Tavares, no Facebook
Nas eleições, os bolsominions costumavam dizer: “Vocês chamam ele de racista, machista e homofóbico porque não podem chamá-lo de ladrão”. Quem dizia isso estava deixando claro que julgava que todos esses preconceitos não eram crimes. Agora, com 20 dias no poder, a pecha de ladrão já começa a pegar. Mas e daí?
Os decepcionados com a constatação da desonestidade do clã Bolsonaro continuarão achando que a discriminação étnica a negros e índios e a opressão por gênero ou orientação sexual são aceitáveis, inevitáveis e praticáveis. Continuarão vendo questões sociais como caso de polícia. Continuarão aplaudindo propostas de privatização do ensino público e do SUS.
Caia este governo ou não, milhões de pessoas continuarão achando que o fato de uma grande parcela da sociedade ser excluída do acesso a direitos é vontade divina, incapazes de ver que esta exclusão também pode ser chamada de corrupção.
Flávio Bolsonaro foi eleito para o Senado numa vaga que poderia ser ocupada por Chico Alencar. Em São Paulo, quem perdeu a vaga foi Eduardo Suplicy. Os “perdedores” são dois dos homens mais honestos da República. Não só porque não roubam dinheiro, mas também porque não roubam vidas. E o dinheiro não serve para nada se não for para salvar vidas.