“Laranja de luxo” e ex-sócio do Parreira: quem é o homem que quer colocar Flávio Bolsonaro na cadeia

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Paulista, Alexandre Ferreira Dias Santini se gaba da fama de “riquinho” e namorador e tem vários trunfos para cumprir o desejo de colocar o filho “01” de Jair Bolsonaro na prisão.

POR PLINIO TEODORO, compartilhado da Revista Fórum




Na foto: Alexandre Santini, ao lado de Flávio Bolsonaro, e Parreira e Bebeto com Jair Bolsonaro. Divulgação

Ex-sócio de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Bolsotini, empresa que administra a franquia da loja de chocolates Koppenhagen em um shopping do Rio, Alexandre Ferreira Dias Santini se gaba da fama de “riquinho” e namorador, segundo reportagem do Metrópoles, que revelou as ameaças ao filho “01” de Jair Bolsonaro (PL) para reaver, segundo ele, R$ 1,4 milhão devidos.

Nascido em São Paulo, Santini iniciou no mundo dos negócios no Rio de Janeiro como sócio do ex-técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, em uma empresa de importação.

Após conhecer Flávio, Santini diz que teria entrado com R$ 450 mil do próprio bolso para completar o mesmo valor colocado pelo filho de Bolsonaro e a esposa, Fernanda, para abrir a Bolsotini.

Para o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), Santini atuou como uma espécie de laranja de luxo para o casal abrir a franquia da Kopenhaggen, que movimentava grande volume de dinheiro vivo e seria usada para lavagem de dinheiro.

“Nunca soube de onde vem o dinheiro em espécie. Meu negócio com o Flávio era apenas a loja. Nunca participei de nada do que ele participa, nem sei se ele participou”, disse em entrevista ao Metrópoles, em que também relatou achar estranho o grande fluxo de dinheiro na loja.

Após desfazer a sociedade – pela qual cobra o filho de Bolsonaro -, Santini se aventurou no mundo dos negócios na capital federal.

Em 22 de julho de 2020, morando no flat 46 do luxuoso hotel Golden Tulip, ao lado do Palácio da Alvorada, Santini abriu a Santitech Suporte Em Tecnologia Da Informação, que atuava como uma espécie de faz tudo – de reparação de computadores à instalação e manutenção elétrica.

Com capital social de R$ 105 mil, a empresa seria um trunfo de Santini para garfar contratos com a administração pública federal, comandada então pelo clã Bolsonaro.

No entanto, a empresa fechou tempos depois, sem conseguir contratos públicos. À época, Flávio ainda trata o ex-sócio como “um amigo de longa data e apenas em função dessa amizade tem sido alvo constante de devassas e perseguições injustas”. “Seus negócios são legítimos e dizem respeito apenas a ele”, disse o senador em agosto de 2021 à revista Crusoé.

Coincidentemente, a empresa acabou fechando rapidamente, na mesma proporção que Santini se afastou e virou desafeto do ex-sócio. À reportagem do Metrópoles, nesta quinta-feira (9), Flávio admitiu receber recados do “ex-amigo”, a quem trata agora como “maluco”.

“Ele tem mandado recados esquisitos para mim. Já me pediu dinheiro e eu não dei. Não quero dar linha para maluco. É um ex-sócio e ex-amigo”.

Além da cobrança sobre a antiga sociedade na loja de chocolates, presencialmente – quando Flávio negou o ressarcimento ao ex-amigo – e pela Justiça, Santini tem um outro trunfo contra o clã: a proximidade de Fabrício Queiroz, com quem dividiu as atenções durante as investigações.

Para Santini, Queiroz, assim como ele, é “muito boa pessoa. Infelizmente, foi abandonado pela família. É um cara bacana”.

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