Lava Jato tenta vacinar a opinião pública sobre possível operação contra Sergio Moro

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Por Cíntia Alves, compartilhado de Jornal GGN – 

À Veja, os membros da força-tarefa, sob sigilo, disseram que não entregaram dados à Lindora porque ela perguntou se eles achavam que Moro é “viável em 2022”

Jornal GGN – Sob a condição de não ter o nome exposto nos jornais, membros da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, coordenada por Deltan Dallagnol, têm repetido a setores da imprensa que Sergio Moro está prestes a virar algo de uma operação policial de fundo “político”, capitaneada pela Procuradoria-Geral da República.

Sob Augusto Aras, a PGR busca acabar com a reputação de Moro para favorecer a reeleição de Jair Bolsonaro. Foi para isso que retomou a delação premiada de Rodrigo Tacla Duran, rejeitada em Curitiba. Em menos de uma semana, essa teoria foi divulgada em pelo menos dois veículos historicamente aliados à Lava Jato, o jornal Valor Econômico e a revista Veja.




Nesta sexta (17), Veja cravou que a “PGR estaria planejando até mesmo uma busca e apreensão no escritório da advogada Rosangela Moro”, esposa do ex-juiz da Lava Jato.

Rosangela foi sócia do advogado Carlos Zucolotto em um escritório de advocacia, e teria estendida a parceria a uma empresa de palestras. Zucolotto, amigo e padrinho de casamento do casal Moro, foi acusado por Rodrigo Tacla Duran de cobrar 5 milhões de dólares em propina para facilitar um acordo de delação premiada com a Lava Jato em Curitiba.

Duran apresentou mensagens apontando que Zucolotto teria contato com “DD”. Também mostrou troca de e-mails com o procurador Roberson Pozzobom. Ele e Deltan Dallagnol são parceiros na Lava Jato e ensaiaram abrir uma empresa de palestras para “lucrar” com a onda anticorrupção.

Segundo Veja, a sociedade entre Rosangela Moro e Zucolotto “seria usada pela PGR para pedir à Justiça o tal mandado de busca e apreensão no escritório de Rosangela”, com o intuito de atingir a imagem de Sergio Moro, o simbolo maior da Lava Jato.

Com a narrativa de que a delação de Tacla Duran e outras investidas da PGR contra a Lava Jato não passam de uma operação política para tirar Moro da disputa presidencial de 2022, a turma de Dallagnol tenta vacinar a opinião pública contra o tiroteio que prevê pela frente.

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A desculpa da “operação política” sobreveio sobretudo depois do dia 9 de julho, quando o Supremo Tribunal Federal impôs uma derrota à turma de Dallagnol, ao determinar que a força-tarefa entregue a base de dados das investigações da Lava Jato à PGR, conforme solicitou a sub-procuradora Lindora Araujo. A decisão também vale para a Lava Jato em São Paulo e Rio de Janeiro.

Dallagnol tem mostrado forte resistência a entregar os dados solicitados, que supostamente seriam usados para investigar a atuação irregular dos procuradores ao longo de alguns processos.

À Veja, os membros da força-tarefa, sob sigilo, disseram que não entregaram dados à Lindora porque ela perguntou se eles achavam que Moro é “viável em 2022″.

Fato é que, como lembrou a revista, Augusto Aras é critico da Lava Jato desde que era apenas candidato à PGR. Na campanha, ele disparou: “O que aconteceu com a República de Curitiba foi que os homens acharam que podiam superar as leis e as regras do jogo.”

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