As colheitas de 14%, 22% até 70% de algumas lavouras se perderam. E alagamentos e umidade trarão prejuízos futuros.
Por Patricia Faermann, compartilhado de GGN
Soja, arroz, milho e feijão foram as lavouras do Rio Grande do Sul mais prejudicadas com as chuvas e enchentes no estado. Se 78% da área cultivada já foi colhida, danos ainda incertos e em fase de levantamento podem impactar em abastecimento futuro.
A conclusão é porque não somente uma porcentagem inferior – de 14%, 22% até 70%, dependendo da lavoura – não tinha sido colhida e foi afetada, mas, principalmente, porque os alagamentos e excesso de umidade trarão prejuízos nas novas safras.
Dados atualizados de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) dão conta de 1,177 milhão de hectares inundados no estado, desde o início das chuvas de maio até esta segunda-feira (13). Destas, 169 mil hectares são de soja e 168 mil de cultivo de arroz. Acesse o mapa atualizado, aqui.
Segundo a Emater do estado, responsável pelos planejamentos e operacionalização do setor agrícola, faltava a colheita de 14% das lavouras de milho, 16% de arroz, 22% de soja e, da safra da cultura de feijão, 70% não estava pronta para a colheita.
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Toda essa produção foi afetada. Com as áreas inundadas ou isoladas, os números ainda são indefinidos. As perdas e prejuízos ficarão claros após passarem as enchentes. Mas a Emater calcula, ao menos, R$ 50 milhões de prejuízo no setor.
Há municípios que as máquinas conseguiram entrar nas lavouras e colher o que restou da cultura. É o caso de Jóia, no noroeste gaúcho, que detinha 10% dos 80 mil hectares de soja ainda sem colheita. Com a umidade e as chuvas, os grãos colhidos nesta semana estão sem condições de serem comercializados.
Em um primeiro momento, a entidade não avalia que haverá problemas de abastecimento destes produtos. Isso porque as safras anteriores, que já foram colhidas, são suficientes para o abastecimento. Riscos como a umidade e perda de lavouras, a necessidade de recuperação total das terras trarão prejuízos, ainda a avaliar, e com possibilidade de impacto no abastecimento posterior.