Legado cinematográfico do cineasta David Neves está integramente salvo

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O cineasta carioca David Neves, que gostava de se definir como um carioca-diamantinense, morreu cedo. Aos 56 anos, ele partia deixando legado de sete longas-metragens e duas dezenas de curtas, dez deles realizados em parceria com o escritor Fernando Sabino.

Por Maria do Rosário Caetano, compartilhada do Revista Cinema




Temia-se que esta dezena de curtas documentais (feita para a Sabiá, de Sabino, e dedicada a grandes escritores — quatro deles mineiros: Drummond, Guimarães Rosa, Pedro Nava e Afonso Arinos), estivesse degradada e, por isso, inacessível ao grande público.

A Cinemateca Brasileira informa que “parte dos títulos foi tratada no âmbito do Programa de Preservação e Restauro de Obras Audiovisuais nos anos 2000, com a confecção de cópias de acesso em fitas Betacam Digital e também a confecção de materiais em película, de preservação. Há também materiais em fitas HDCam de parte desses curtas-metragens”.

Quem assistir ao DVD lançado, em 2006, pela Biscoito Fino (“Encontro Marcado com o Cinema de Fernando Sabino e David Neves”), irá deparar-se com reproduções em bom estado. Aos quatro monumentos da literatura de Minas Gerais, a dupla Sabino-Neves somou o baiano Jorge Amado, os pernambucanos Manuel Bandeira e João Cabral de Mello Neto, o gaúcho Érico Veríssimo, o paraibano José Américo de Almeida e o carioca Vinicius de Moraes.

Outra realização de David Neves, que de tão distante de telas-telinhas-e-festivais, parecia perdida, está salva. Em recente e substantiva mostra de parte significativa dos filmes do realizador carioca, a Cinemateca do MAM-Rio apresentou “Colagem”, curta realizado em 1968. Trata-se de tributo a uma das musas do Cinema Novo, a atriz gaúcha Luíza Maranhão.

Em 30 anos de carreira, iniciada com o curta “A Fuga”, parceria com Carlos Diegues, David só conseguiria realizar sete longas. O primeiro, “Memória de Helena”, triunfou no Festival de Brasília, em 1969. O último, “Jardim de Alah”, permaneceria inédito se o produtor Carlos Moletta, com quem andava de relações estremecidas, após série de quatro filmes (“Muito Prazer”, “Flamengo Paixão”, “Luz del Fuego” e “Fulaninha”), não se empenhasse em ajudá-lo.

“Um filme sem tela para um cineasta é algo terrível, é sinônimo de morte”, registra Moletta. E David Neves, que se desentendera com o produtor de “Jardim de Alah”, estava angustiado. Muito angustiado. Para piorar, o Governo Collor exterminara a Embrafilme e o Concine (Conselho Nacional de Cinema), a produção caíra brutalmente, o desemprego no setor era aterrador.

“‘Jardim de Alah’ era o fecho da Trilogia Carioca, iniciada com ‘Muito Prazer’ e sequenciada com ‘Fulaninha’”, lembra Moletta. “Procurei o jornalista e crítico Wilson Cunha, programador de filmes da Rede Manchete e ele adquiriu ‘Jardim de Alah’, exibindo-o na emissora da família Bloch”.

David ficou satisfeito e continuou, mais uma vez com produção de Carlos Moletta, a preparar seu oitavo longa-metragem, “As Meninas”, baseado em romance de Lygia Fagundes Telles, companheira de Paulo Emilio Salles Gomes. O casal paulistano já colaborara com David em “Memória de Helena”, baseado em “Minha Vida de Menina”, de Helena Morley (1880-1970). Mineira de Diamantina, como a família do cineasta.

Adoentado (David Neves morreria no dia 23 de novembro de 1994, vítima de Aids), o cineasta não conseguiu transformar “As Meninas” em obra cinematográfica. A missão caberia a Emiliano Ribeiro (1948-2011), que dirigiu o filme, com produção de Moletta, e o lançou em 1994.

A Revista de CINEMA conversou, por telefone, com o produtor e músico carioca Carlos Moletta, que abandonara a profissão de engenheiro elétrico, para cuidar, em parceria com Joaquim Vaz de Carvalho (1943-2018), dos longas-metragens de David Neves. Aqueles que ele realizaria no final dos anos 1970 e ao longo dos anos 80.

Moletta vive entre o Brasil (Mendes, no estado do Rio) e Portugal (Aveiro) e tem muitos planos cinematográficos. Ele prepara a produção da série “A Mais Bela Travessia” e do filme “Meu Doce Rabugento”. E vai dedicar-se, também, à realização de sequência de “Gatão de Meia-Idade”, novo roteiro escrito por Miguel Paiva. Dos filmes produzidos por ele, o recente “Pixinguinha – Um Homem Carinhoso” (2022), está disponível no streaming (Globoplay). Da safra de David Neves, só um filme — “Luz del Fuego” (1982) — está disponibilizado no espaço doméstico (Canal Brasil Play).

Com bom-humor, o septuagenário Moletta diz (falando sério e convicto), que os órgãos de fomento ao audiovisual devem criar a “categoria sênior”, para que “diretores experientes tenham vez nos editais”. Como o assunto, aqui, não é política cinematográfica, mas sim a obra de David Neves — revista pelo produtor na tela grande da Cinemateca do MAM — retomemos à herança davidiana.

Revista de CINEMA — Como é que você se tornou produtor de cinema e logo de David Neves?

Carlos Moletta — Pois é, eu era engenheiro eletricista. Minha ligação com a arte se dava pela música, pois eu tocava violão e compunha. Era amigo de Joaquim (Vaz de Carvalho), que estudara Direito, na PUC-Rio, com David Neves. Isso, no final dos anos 1960. David não quis nada com a advocacia. Passou a dedicar-se, muito cedo, ao trabalho no cinema, em curtas de seus colegas do Cinema Novo, e à divulgação dos filmes brasileiros no exterior. Joaquim dedicou-se a múltiplas atividades, incluindo a publicidade. Em 1976, ele escreveu um argumento com David Neves, que estava louco para voltar ao longa-metragem, pois os dois primeiros (“Memória de Helena” e “Lucia McCartney”) haviam sido feitos seis ou sete antes. O primeiro em 1969 e o segundo em 1970/71. O roteiro, que Joaquim escreveu, se chamava inicialmente “Sinal Fechado”. O embaixador Celso Amorim e seu braço direito, Samuel Pinheiro Guimarães, haviam assumido a Embrafilme. Nós montamos, Joaquim e eu, a produtora Morena Produções Artísticas, e nos dedicamos à volta de David ao longa-metragem. Como o “Sinal Fechado”, do Paulinho da Viola, era um sucesso retumbante, achamos melhor mudar o título. O filme foi rebatizado de “Muito Prazer”. Joaquim, além do roteiro do filme, ajudou na escolha do elenco. E eu, no meio do processo, assumi as canções. Uma delas, “Choro Pivete”, compus em Paquetá. A palavra pivete era ainda uma novidade. O Beto Quartin, que morreu cedo, cuidou dos arranjos.

Finalizado, o filme foi para o Festival de Brasília e ganhou o prêmio principal.

Ganhou também melhor ator (Otávio Augusto) e melhor fotografia (Jom Tob Azulay). Foi uma alegria muito grande, pois havíamos feito um filme artesanal, em 16 milímetros e ampliado para 35. A ampliação ficou maravilhosa e realçou a fotografia do Azulay e também as partes de diálogo com o cinema documental. Há sequências que são verdadeiros registros da vida cotidiana carioca naquele momento.

No filme seguinte, David Neves comandaria um documentário propriamente dito, “Flamengo Paixão” (1980-81). O que os levou a esse projeto?

Ninguém entendeu. Como é que o David, torcedor do Vasco, ia fazer um filme sobre o Flamengo? Pois fez. Joaquim já sonhava com “Luz del Fuego”, projeto no qual ele estava mergulhado, mas que exigia uma boa produção. Afinal, era um filme de época. Resolvemos, então, realizar um projeto mais simples, no caso um documentário sobre o time mais popular do Rio e do Brasil. O pai do Joaquim era benemérito do Flamengo e nos ajudou no que foi possível. Mas não tínhamos claro o que fazer, que recorte assumir. Mais uma vez, Joaquim assinava o argumento e o roteiro. Mas sabe como é, documentário vai mudando conforme as coisas vão acontecendo. Começamos fazendo um filme sobre o Tricampeonato Carioca do Mengão em 1978, 79 (houve dois títulos num mesmo ano!). Mas a estrutura não fechava. Aí, inventou-se o vendedor de mate na praia, que fala para a câmara. Procuramos o Severiano Ribeiro para que sua empresa distribuísse o filme. Arrumamos dinheiro em banco e fomos enchendo linguiça (risos). Na primeira versão, mostrávamos e tornávamos a mostrar os gols do Mengão no campeonato carioca. E não chegávamos aos 70 minutos necessários. O time perdia, no campeonato brasileiro, para o Náutico, o Botafogo da Paraíba… Aí, por sorte, engrenou e veio o jogo final entre Flamengo x Atlético Mineiro, no qual o rubro-negro sagrou-se campeão brasileiro (1980). A turma do Zico, Adílio e Andrade brilhando. E a coisa pegou. Refizemos uns 20 ou 30 minutos e o filme ficou com a duração desejada. E registrando a glória da Taça de Ouro. O Adílio, ao assistir ao filme, pensou que éramos profetas, que adivinháramos que o Mengão seria o vencedor (risos). Mas não, nós remontamos o filme, que trazia músicas de Moraes Moreira, Moreira da Silva, a Charanga do Jaime Carvalho. O Fernando Duarte, um mestre, assinou a fotografia. Mas deu uns probleminhas, pois era um artista e estava interessado na solidão do goleiro. E nós queríamos ação, gols, muitos gols. Aí veio o Mundial do Flamengo, em 1981, que derrotou o Liverpool, no Japão. Creio que em janeiro. Era a glória total. Até acrescentamos dois gols dessa conquista épica com o filme já em cartaz. Notamos que, na sessão das 18h, havia público. Mas as sessões noturnas ficavam vazias. Por que? O cara, que era torcedor, saía do trabalho e ia ver seu time na tela grande. As mulheres, naquela época, não queriam saber de futebol. Sem elas, os maridos não iam ao cinema à noite. A bilheteria deixou a desejar.

O sucesso de “Luz del Fuego” viria para compensar a decepção com o público do filme do Flamengo, já que o filme da vedete naturista causou furor. É o único blockbuster de David Neves!

Isso mesmo. Chegamos aos 2 milhões de ingressos, segunda maior bilheteria brasileira do ano. Só perdemos para “Menino do Rio”, um filme muito bom. Mais uma vez, as relações familiares do Joaquim nos ajudaram. A sogra dele tinha dinheiro e nos fez um adiantamento. Como era um filme grande e de época, nós não podíamos parar, esperando as parcelas da Embrafilme. Fomos para Paquetá. E escolhemos a atriz perfeita, Lucélia Santos. Ela saiu do set de “Engraçadinha”, do Haroldo Barbosa Marinho (1944-2013), em Petrópolis, direto para o nosso set. Ela, que é sensacional, se entregou ao filme com muita paixão. O roteiro, do Joaquim, é muito bom. Eu fiz as músicas, que, na minha opinião, só perdem para as que eu faria, depois, para a trilha de “As Meninas”. Conseguimos filmar tudo de uma vez, sem interrupções. E pensar que muita gente nos questionava: mas David Neves vai dirigir ‘Luz del Fuego’? Não vai dar certo, ele faz filmes pequenos e autorais, não sabe dialogar com o grande público. Pois soube. Marco Aurélio Marcondes, que cuidava da distribuidora da Embrafilme, sugeriu pequenos acréscimos que exigiram mais dois ou três dias de filmagem. Lucélia, casada na época com o maestro John Neschling, já estava grávida do Pedro. Mas deu tudo certo. Só que, em março de 1982, quando estava tudo pronto para a estreia, uma sobrinha de Luz del Fuego (nome artístico da capixaba Dora Vivacqua, 1917-1967), que constituíra advogado, entrou com mandado de segurança contra o lançamento. Foi um sufoco. Conseguimos garantir a estreia, no circuito de salas. Em nenhum outro suporte o filme poderia ser explorado. Só passados anos, e depois de muita luta, o Joaquim ganhou o processo. Nossas relações na Morena Produções Artísticas já estavam desgastadas. Ele foi produzir “Urubus e Papagaios”, do José Joffily, e eu criei minha própria empresa, a Ypêartes Audioviduais.

E com a Ypêartes você produziu “Fulaninha”. E David Neves realizou o quarto longa no curto prazo de seis, sete anos.

Produzi o filme em parceria com Paulo Thiago. Nossa ideia era mostrar uns quarentões que dirigiam olhar platônico a uma linda garota de 15 anos, interpretada pela Marianinha de Moraes, neta do Vinicius. Mas, certo dia, começo dos anos 1980, quando já trabalhávamos a ideia do filme, o policial Mariel Mariscot foi assassinado numa rua próxima à sede da Embrafilme. Não se falava em outra coisa. Resolvemos, então, realizar um thriller que lembrasse o acontecido e o personagem. Mas sem citar Mariscot. Paulo Thiago dirigiu, então, ‘Águia na Cabeça’ (1984). E eu e Joaquim produzimos, juntos, nosso último filme. As relações profissionais já estavam desgastadas, ele tinha outros projetos e tomou outros caminhos. Paulo Thiago, por sua vez, seria importante no processo de realização de “Fulaninha”. Ele escreveu o roteiro com David, Onézio Paiva e Haroldo Marinho Barbosa. Na trama, Cláudio Marzo interpreta um cineasta que inventa amor platônico por uma adolescente e faz dela a personagem do roteiro que está escrevendo. E também de conversas com a turma do bar que ele frequenta. À Roberto Bonfim coube o papel de um produtor de vídeos pornográficos. José de Abreu fez um desempregado e mulherengo. Flávio São Thiago, um advogado que vive de rendas e se apavora com a ideia de um dia ter que pegar no batente. No final, a Fulaninha de Mariana de Moraes encontraria em Marcos Tsiwari, na verdade, o ator Marcos Palmeira, seu par, o namorado. Tivemos que insistir para que Marcos adotasse seu nome real, por entender que a paixão que tinha (tem) pelos indígenas não deveria mudar a assinatura dele. Creio que esse foi o primeiro filme de ficção que ele fez.

E deu tudo certo no processo de criação e produção de “Fulaninha”? 

Nem tudo. Eu tinha certa dificuldade em captar recursos. Não tinha a experiência do Joaquim (Vaz de Carvalho). Marco Antônio Cury (1949-1996), montador (e depois diretor de “Barrela”, realizado no momento mais difícil da época do Collor), se agregou a nós. Para segurar a barra naqueles dias difíceis, fomos, com David Neves, realizar um curta-metragem documental em Diamantina  (“Diamantina na Memória”, 1982). A situação continuava muito difícil. David estava bebendo muito e não saía de um bar perto da casa dele, na Viveiros de Castro, esquina com a Prado Júnior, rua boêmia da Zona Sul. “Fulaninha” foi feito do jeito do David, na informalidade. Uma produção bem estruturada tem várias Kombis, uma para cada segmento da produção. Com o David era uma confusão. As atrizes trocavam o figurino na casa dele. Não tinha Kombi nenhuma. Um dia, ele com um copo de vodka na mão, nós brigamos. A trilha sonora do filme foi assinada pelo Sergio Saraceni. Paulinho da Viola cantou a música-tema, uma maravilha (Moletta canta os versos “Te quero menina/ Estrela de um filme/ História de amor/ Te vejo em meu sonho/ Felicidade/ Luz de verão…”). Mas houve uma sequela. Uma moça me processou, pois faltará o crédito de autor da letra de uma canção. Letra que David dissera ter sido cedida ao filme. Foi um processo judicial muito desgastante. Achei aquilo uma barbeiragem do David. Nossa relação ficou complicada. Tanto que não participei do filme seguinte dele. Quem produziu “Jardim de Alah” (1989) foi o Walter Ribeiro, agente turístico, que também se desentendeu com o David. Foi um momento difícil para mim. Participei da equipe do Festival do Rio (FestRio), que aconteceu, excepcionalmente, em Fortaleza. Fui produtor executivo, sem parceria na produção, portanto, de “Jorge, um Brasileiro”, de Paulo Thiago, adaptação do livro de Oswaldo França Jr, que foi pensado como um projeto de grande alcance, filmado em 11 semanas, na região de Governador Valadares. O filme fez quase um milhão de espectadores, mas não cumpriu a carreira internacional que para ele era esperada. Até porque, em março de 1990, Collor acabaria com a Embrafilme.

E sua relação com David Neves não resultaria em mais nenhum filme…

Como o produtor de “Jardim de Alah” não se empenhou em lançá-lo, na verdade abandonou o filme, eu ajudei o David a colocá-lo na TV Manchete. Foi algo muito reconfortante para ele. Creio que “Jardim de Alah” tem alguns problemas, o principal de casting. Uma falha para um realizar que defendia a máxima “elenco é roteiro”. David acreditava no ator bem-escolhido. Dali em diante, nossa relação se engrenou novamente. E entramos no processo de viabilização de “As Meninas”, baseado no livro homônimo de Lygia Fagundes Telles (1918-2022). Mas David não teve tempo de fazer o filme, porque o estado de saúde dele se agravou. Produzi o longa-metragem, que foi dirigido por Emiliano Ribeiro (1948-2011) e lançado em 1994. Emiliano manteve integralmente o roteiro de David Neves e Onézio Paiva. O elenco foi encabeçado por Adriana Esteves, Drica Moraes e Cláudia Lys. Uma bela adaptação do livro de Lygia Fagundes Telles e minha melhor trilha sonora. É de todos os filmes que produzi, o mais premiado.

FILMOGRAFIA
David Eulálio Neves (Rio de Janeiro, 14 de maio de 1938 – Rio de Janeiro, 24 de novembro de 1994)

Longas-metragens:

1969 – “Memória de Helena”, vencedor do Festival de Brasília
1971 – “Lucia McCartney, Uma Garota de Programa”
1979 – “Muito Prazer”, vencedor do Festival de Brasília
1981 – “Flamengo Paixão” (documentário)
1982 – “Luz del Fuego”
1986 – “Fulaninha”
1988 – “Jardim de Alah”

Curtas-metragens:

1959 – “A Fuga”, parceria com Cacá Diegues
1968 – “Colagem”
1968 – “Jaguar”
1968 – “Vinicius de Moraes”
1969 – “Um Museu”
1969 – “Tarzan”, parceria com Michel Espírito Santo
1969 – “Tarsila do Amaral”, parceria com Fernando Coni Campos
1971 – “Um Amor de Mulher” (inacabado)
1971 – “Cartas do Brasil”
1971 – “ Palácio dos Arcos”
1971 – “Bienal – Mão do Povo”, parceria com Gilberto Santeiro
1972 a 1974 – “Escritores Brasileiros” (10 curtas), em parceria com Fernando Sabino:

. “O Fazendeiro do Ar” (Carlos Drummond de Andrade)
. “Veredas de Minas” (Guimarães Rosa)
. “Em Tempo de Nava” (Pedro Nava)
. “Um Escritor na Vida Pública” (Afonso Arinos de Mello Franco)
. “O Curso do Poeta” (João Cabral de Mello Neto)
. “O Habitante de Pasárgada” (Manuel Bandeira)
. “Um Contador de Histórias” (Erico Verissimo)
. “Na Casa do Rio Vermelho” (Jorge Amado)
. “O Romancista do Norte” (José Américo de Almeida)
. “Música, Poesia e Amor” (Vinicius de Moraes)

1975 – “Mauro, Humberto”
1982 – “Diamantina na Memória”

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