Lira Neto mostra a manipulação de relatório do Banco Mundial sobre universidades

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Publicado em Brasil 247 – 

O escritor Lira Neto escreveu artigo em que contesta de forma contundente os argumentos utilizados pelo Banco Mundial para defender o fim da gratuidade das universidades públicas brasileiras; “Impossível dissociar a leitura do relatório e a escalada autoritária que busca criminalizar a arte e a cultura, bem como espezinhar qualquer manifestação do pensamento complexo e do espírito crítico. Virtudes que encontram na universidade pública um de seus últimos territórios de excelência”, afirma o escritor

O escritor Lira Neto escreveu artigo em que contesta de forma contundente os argumentos utilizados pelo Banco Mundial para defender o fim da gratuidade das universidades públicas brasileiras.




“‘Um estudante em universidade pública custa de duas a três vezes mais que um estudante em universidade privada’, sustenta o relatório, sacando números da cartola: o custo médio anual por estudante em universidades privadas seria de até R$ 14,8 mil; em federais, 40,9 mil. A comparação é escalafobética. Nas universidades públicas, ao contrário do que ocorre na maioria das instituições privadas, a vida acadêmica não se resume à sala de aula. Abrange o indissolúvel trinômio ensino, pesquisa e extensão, por meio de ações sistemáticas junto à comunidade. Daí a necessidade de investimentos sólidos em hospitais, clínicas, museus, teatros e laboratórios, entre outros equipamentos”, critica Lira Neto no artigo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo nesse domingo, 10.

O escritor destaca também que o maior ardil do relatório “procura alimentar uma lenda urbana que cerca a academia”: “Embora os estudantes de universidades federais não paguem por sua educação, mais de 65% deles pertencem aos 40% mais ricos da população”, diz o relatório do Bird.

“A informação não procede. Pesquisas do Fonaprace (Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis) e da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) apontam o contrário. Apenas 10,6% dos alunos das universidades públicas vêm de famílias com renda superior a dez salários mínimos. Com a democratização introduzida pelo sistema de cotas, o índice de estudantes oriundos de famílias com renda abaixo de três salários, atualmente em 51,4%, só tende a crescer”, desmente Neto.

“Impossível dissociar a leitura do relatório e a escalada autoritária que busca criminalizar a arte e a cultura, bem como espezinhar qualquer manifestação do pensamento complexo e do espírito crítico. Virtudes que encontram na universidade pública um de seus últimos territórios de excelência”, afirma o escritor.

Leia o artigo na íntegra.

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