Por Léa Maria Aarão Reis e Carlos Alberto Mattos, de Carta Maior, publicado em Jornal GGN –
“É preciso rememorar, sim, capitão. As prisões, torturas, desaparecimentos, os assassinatos, os estupros (quantos!), as traições, perseguições, espionagem, os atentados, a crueldade contra crianças, o terrorismo de estado e o crime de lesa pátria, de traição à democracia brasileira”, por Carta Maior.
As fortes imagens dos rolos de fumaça de incêndios se transformando em ameaçadoras nuvens escuras rolando pelos céus sempre azuis de Brasília no fim do magistral filme documentário de Maria Augusta Ramos, O processo, são os símbolos mais apropriados para marcar os 55 anos do início da ditadura resultante do golpe civil-militar no Brasil que depôs o presidente João Goulart.
Eram os dias seguintes ao golpe parlamentar, com a cumplicidade das ”elites” do país, dos tribunais acovardados e da velha mídia brasileira, desfechado contra a presidente Dilma Rousseff e arrancando-a da governança.
Nuvens carregadas que soaram, no filme, e hoje ressoam na realidade como um alerta de perigo cada vez mais real e mais próximo que sem dúvida pode ser afastado por todos nós, o povo organizado, desses restos de democracia ainda existente no país desgovernado, em processo vertiginoso de destruição e à deriva.
Para que nunca mais se repita a ditadura no Brasil, lembrança de sofrimento e dor para os mais idosos; e para que não seja esquecida – ou desconhecida pelos mais moços, muitos deles nem ainda nascidos no nefasto período -, este 31 de março de hoje é o registro da nossa memória histórica mais vigoroso do que nunca.
É preciso rememorar, sim, capitão.
As prisões, torturas, desaparecimentos, os assassinatos, os estupros (quantos!), as traições, perseguições, espionagem, os atentados, a crueldade contra crianças, o terrorismo de estado e o crime de lesa pátria, de traição à democracia brasileira.
Vamos rememorar, como solicita o capitão, porém purgando esse tenebroso passado para podermos seguir adiante, livres de uma tutela desqualificada e da guarda militar que se espreguiça, preparada para reentrar em cena.
Para tal, Carta Maior selecionou alguns dos mais expressivos filmes sobre o golpe e a ditadura de 1964 (CLIQUE AQUI PARA CONTINUAR LENDO).