Livro “A Torre – O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura” II

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Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado

Reproduzo aqui mais um texto da jornalista e escritora Luiza Villaméa sobre o seu livro “A Torre – O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura”.




Leiam histórias destas mulheres covardemente torturadas (aliás, existe tortura sem covardia?), que foram levadas para o Presídio Tiradente, em São Paulo, onde ficaram na chamada “Torre das Donzelas”, denominação romântica só nome.

A obra relata a rotina sofrida de mulheres, literalmente guerreiras, que colocaram suas vidas em risco na luta contra a ditadura militar. Infelizmente, muitas destas foram assassinadas nestes anos sombrios. Mas tem casos de final feliz como este que Villaméa aborda abaixo e eu intitulo de “Amor entre as grades em ponto de “balinha””.

“Nadja e Vicente se conheceram por meio de balinhas. Ela estava encarcerada na Torre quando uma companheira de cela sugeriu que namorasse um militante espanhol preso no pavilhão masculino.

Em março de 1972, Nadja disparou a primeira balinha. Na linguagem dos presos políticos, balinhas eram mensagens escritas com letra miúda, em tirinhas de papel de seda, envoltas por outras tirinhas, e durex. Ficavam minúsculas. Encaixadas na boca, de preferência entre os dentes, eram transferidas para o destinatário (ou o intermediário), durante o horário semanal de visitas, nos pátios do presídio.

O pátio das mulheres era diferente do dos homens, mas as presas casadas tinham acesso ao espaço masculino, para se encontrarem com os maridos. Neste momento, mensagens eram passadas de um lado para outro.De balinha em balinha, Nadja e Vicente foram se apaixonando. Estão juntos até hoje.

A história do casal está no livro “A Torre – O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura”.”

Fotos Nadja e Vicente: Reprodução Luiza Villaméa/Fundo Deops/Arquivo Público do Estado de São Paulo

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Aqui o link editora. https://www.companhiadasletras.com.br/…/9786559…/a-torre

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