Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado
Reproduzo aqui mais um texto da jornalista e escritora Luiza Villaméa sobre o seu livro “A Torre – O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura”.
Leiam histórias destas mulheres covardemente torturadas (aliás, existe tortura sem covardia?), que foram levadas para o Presídio Tiradente, em São Paulo, onde ficaram na chamada “Torre das Donzelas”, denominação romântica só nome.
A obra relata a rotina sofrida de mulheres, literalmente guerreiras, que colocaram suas vidas em risco na luta contra a ditadura militar. Infelizmente, muitas destas foram assassinadas nestes anos sombrios.
Ana Bursztyn
Não se deixe enganar pela pose estilosa. Quando chegou à Torre, Ana Bursztyn estava muito diferente. Havia passado quase três meses em centros de tortura. Ao contrário do que costumava fazer, a polícia política não fotografou Ana antes de mandá-la para a construção centenária destinada a presas políticas, em outubro de 1970. Na ficha, o Dops usou uma foto antiga, a mesma deste post.
Ela tinha sido tirada após o congresso clandestino da UNE que terminou com centenas de estudantes presos, em outubro de 1968. Em 1970, é provável que Ana tenha sobrevivido à tortura graças ao pai de uma ex-colega de classe.
Ele a reconheceu no Jornal Nacional, apresentada como a “terrorista” Nadia Zanzini. Passados poucos dias, ele conseguiu publicar no jornal O Estado de S.Paulo uma matéria revelando que Nadia Zanzini era, na verdade, a estudante de Farmácia Ana Bursztyn. Ana só soube da iniciativa anos depois.
Esta e outras histórias de Ana estão em “A Torre – O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura”.
Adquira a “A Torre” via sites da Amazon, de livrarias e no da Companhia das Letras. Tem também e-book.
Aqui o link editora. https://www.companhiadasletras.com.br/…/9786559…/a-torre