Ditadura fichou até criança no Dops
Reproduzimos aqui mais um texto da jornalista e escritora Luiza Villaméa sobre o seu livro “A Torre – O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura”.
Leiam histórias destas mulheres covardemente torturadas (aliás, existe tortura sem covardia?), que foram levadas para o Presídio Tiradente, em São Paulo, onde ficaram na chamada “Torre das Donzelas”, denominação romântica só nome.
“Zuleide Aparecida do Nascimento tinha os cabelos compridos e ficou arrasada quando ouviu uma mulher dizer para outra: “Faça um trança neste cabelo e corte que vou mandar fazer uma peruca para mim.”
Pouco tempo depois, com os cabelos curtos, a menina de quatro anos e dez meses foi fotografada e fichada no Dops de São Paulo. Ela e os dois irmãos estavam prestes a ser banidos do país, com a avó, Tercina.
A avó saía da Torre. Tercina e netos tinham sido separados no momento da prisão. As crianças passaram um período trancadas em um quarto de uma casa que nunca conseguiram localizar.
Só se lembram que era uma casa de dois pavimentos, muito bem mobilada. De repente, foram levadas desta casa para um juizado de menores, onde os cabelos de Zuleide foram cortados, e de lá para o Dops.
Era junho de 1970. A história de Tercina e das crianças está em “A Torre – O Cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura”, publicado pela Companhia das Letras. Nas livrarias. Tem também e-book.
Foto: Fundo Deops/Arquivo Público do Estado de São Paulo”
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Aqui o link editora. https://www.companhiadasletras.com.br/…/9786559…/a-torre
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