*Samuel Aarão Reis, ativista político, líder comunitário, educador popular, mas que se intitula “contador de histórias”.
Lindalva. Nas comunidades de Salvador todos a conhecem. Veio do interior. Jovem ainda, foi morar no Calabar, uma comunidade. Juntou-se ao grupo de jovens, na luta contra construtoras ambiciosas, queriam expulsar os moradores para no local construir edifícios de luxo. Depois dessa luta, Lindalva avança com seu sonho. Organiza no Calabar uma escola comunitária. Organiza com o pessoal de outros bairros a Associação de Educadores das Escolas Comunitárias.
Passa o tempo, Lindalva vai representar a Associação no Conselho Municipal de Educação. Torna-se presidente do Conselho. Lindalva dos Reis Amorim se orgulha de seu maior título – professora e educadora comunitária.
Nas comunidades surgem, em todas elas, a cada instante, educadores e educadoras populares. Inventam uma nova educação, do povo para o povo. São escolas comunitárias, cursos de preparação para o Enem, cursinhos de todo tipo, rádios comunitárias, grupos de teatro popular.
As comunidades não são folhas em branco. Ali tudo é movimento, é criatividade. Ali existem poetas, músicos, pintores, escritores, sambistas, rapp, pancadão, artistas, esportistas. Gente que trabalha, estuda, ama. Ali há gente, especialmente jovens, buscando ultrapassar as difíceis condições de vida.
Nas comunidades a vida age, reage, resiste, inventa, constrói.
“Autor do livro “Meu nome é Lindalva, depoimento de Lindalva dos Reis Amorim a Samuel Aarão Reis”, e de “Memória guerreira não se Apaga Nunca”, sobre seu ativismo contra a ditadura militar.