Sempre aconteceu, mas ficou insuportável. Isso explica, por exemplo, a campanha do Globo contra o ensino superior público. Muita gente que produz ou lê esse lixo esquece que deve muito à escola pública, à universidade pública.

A decadência do ensino público no 1º e no 2º grau acabou mascarada porque muitos bons professores resistiram (e ainda resistem) enquanto puderam. Quando estudei no Pedro II (anos 60/70), público e federal, já se ouvia muito que não era mais o “colégio padrão do Brasil”. Mesmo assim, não era preciso cursinho pré-vestibular para entrar para as melhores faculdades.

Os colégios particulares, por sua vez, em muitos casos, ficaram muito bons, até porque tiraram bons profissionais da rede pública. Isso tudo mascarou a campanha sórdida contra a educação gratuita de qualidade.

Mas, agora, a coisa mudou de figura. O fim do ensino universitário público pregado pelos editoriais calhordas do Globo não significa, necessariamente, que em breve teremos um ensino superior decente na rede privada. Quem sabe, apenas algumas universidades terão ensino de qualidade, e serão as mais caras. Para os filhos dos ricos, que no futuro lerão os melhores conteúdos jornalísticos em outros idiomas.

Para ler em português, melhor o leitor imbecilizado. Ele não escreve cachorro com “x” nem gato com “j”, mas bate palma para os corruptos que falam em acabar com a corrupção, chamam a Dilma de anta, o Lula de burro e o Bolsonaro de mito; não viram nada de estranho na falta de notícias sobre a apreensão de 450 quilos de cocaína num helicóptero em Minas Gerais e acham que o PT é culpado de tudo de ruim que acontece no país e no planeta.