Luis Felipe Miguel no Instagram: “três ações que podemos adotar”

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Luis Felipe Miguel é cientista político

Quando Israel começou a escalada terrorista contra a população civil na faixa de Gaza, o mundo fingiu não ver o que estava acontecendo. Muito se escoravam na justificativa de que a reação contra a operação do Hamas no dia 7 de outubro podia ser “desproporcional”, mas era legítima.




Já são mais de 40.000 mortes, a maioria mulheres e crianças, com ataques deliberados contra escolas, hospitais, residências, campos de refugiados. Não existe nenhum tipo de preocupação com os reféns, como mostram tanto a falta de disposição para a negociação quanto as ações do Exército israelense, responsáveis pela morte de muitos deles.

Não existe mais nenhum tipo de justificativa possível para tamanho horror. É preciso muito cinismo para justificar o genocídio que está ocorrendo.

Mas o mundo prefere fechar os olhos.

Com Gaza destruída, Israel decidiu intensificar suas ações criminosas nas Cisjordânia ocupada. Lá, o comando nominal está nas mãos da Autoridade Palestina, cuja inação e passividade jogaram fora o legado de Yasser Arafat e abriram caminho para o crescente prestígio dos fundamentalistas islâmicos na resistência à barbárie sionista.

Há muito tempo, os assentamentos ilegais mostram que Israel não tem a menor pretensão de respeitar os territórios palestinos. Agora, Netanyahu simplesmente apresenta um mapa em que toda região foi anexada por Israel.

A anexação territorial é acompanhada pelo extermínio do povo. O que estamos testemunhando é um capítulo crucial de uma longa história, iniciada com a colonização sionista da Palestina, que tem como momento marcante a Nakba (a catástrofe, o momento em que, após a Segunda Guerra Mundial, os recém-chegados expulsaram brutalmente os palestinos de suas casas, de seus comércios, de suas lavouras).

As potências ocidentais fingem que não se dão conta do que está acontecendo. Os Estados Unidos continuam financiando o genocídio. Seja o governo Biden, seja qualquer um dos dois candidatos favoritos a sucedê-lo, o que se vê é a manifestação do apoio inquebrantável aos assassinos sionistas, temperada, às vezes, somente às vezes, com declarações hipócritas e inócuas de piedade por suas vítimas.

Os países da Europa não fazem muito diferente. Numa decisão considerada muito ousada e severamente criticada pelos apoiadores mais delirantes de Israel, o Reino Unido decidiu interromper as vendas de 30 tipos de armamento para Telavive. Mais de 300 outros, no entanto, continuam a ser enviados para contribuir no massacre.

Não é possível compactuar com isso.

Nós nos sentimos impotentes – e, de fato, em grande medida somos, no sistema internacional tal como é.

Mas há três coisas que podemos fazer:

1) Não esquecer. Não deixar de falar da Palestina. Não parar de denunciar.

Isso constrange os cúmplices e aumenta o custo simbólico que eles enfrentam.

2) Boicotar as empresas que sustentam o sionismo.

Não é só parar de consumir, mas se integrar em ações coletivas que elegem alvos específicos e assim aumentam sua efetividade.

O movimento BDS (por boicote, desinvestimento e sanções) coordena os boicotes internacionais e tem alcançado êxito em muitas campanhas.

3) Pressionar o governo brasileira para cortar relações com Israel.

O Brasil tem que honrar seu compromisso com a paz, a justiça e a autodeterminação dos povos.

Israel não é apenas um país que tem um governo autoritário. É um Estado genocida. Manter relações comerciais e diplomáticas é aceitar que isso continue.

https://www.instagram.com/p/C_iHy6iJJyi/?igsh=MW1zNGNvYW9zOXhsag==

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