Por Luis Nassif, publicado em Jornal GGN –
O Ministro Luís Roberto Barroso cobra por suas palestras. Ele entrou no lucrativo mercado de palestras remuneradas quando passou a expor sua face privativista selvagem e a defender PEC do Teto, reforma trabalhista, tendo como guru Flávio Rocha, da Riachuelo.
Faz parte do jogo de cooptação. Este ano recebi três sondagens de palestras de associações empresariais, para falar sobre reforma trabalhista. Quando expliquei que era contra a maneira como a reforma foi implementada e contra muitos itens, não interessou mais.
Barroso alegou que parte das palestras é feita de graça ou o cachê doado para instituições beneficentes. Corresponde ao bebedor que joga fora um gole de cachaça para o santo.
Ao mesmo tempo, depois que se tornou Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) ocorreu um crescimento sem precedentes em seu escritório de advocacia, do qual ele se afastou formalmente mas continua sendo o grande mentor. Já são mais de 250 advogados.
Barroso sempre foi um defensor da constituição renovada. Isto é, de reformas na Constituição que poderiam atropelar o que foi votado, com o STF adivinhando as mudanças ocorridas na sociedade e se tornando seu intérprete – uma tunga evidente no voto popular.
Em cima dessas flexibilizações, tornou-se conhecido advogando pro bono (sem receber) teses humanistas, enquanto seu escritório ganhava rios de dinheiro preparando anteprojetos de lei encomendados por empresas, que depois empurravam para deputados cooptados.
As empresas pagavam o escritório com caixa 1 e os deputados com caixa 2. Entre os maiores clientes desse produto do escritório Barroso estava a Odebrecht. Quando Barroso passou a denunciar a promiscuidade entre empresas e parlamentares, seus clientes se surpreenderam com o grau de hipocrisia das catilinárias.
Em nome da transparência, solicita-se ao Ministro que, espontaneamente informe:
- Quais empresas o contrataram e por qual valor.
- Quais os anteprojetos encomendados ao seu escritório que se referem aos mesmos temas apregoados por Barroso nas sucessivas palestras e entrevistas concedidas.