Luiz Antônio Simas desmistifica a falácia do “excesso de enredo afro no Carnaval”

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Com argumentação brilhante e vários dados, ele ainda aponta a relevância que as escolas de samba têm na Educação; veja o vídeo

Por Julinho Bittencourt, compartilhado de Fórum




na foto: Luiz Antônio Simas.Créditos: Redes Sociais

O professor e escritor Luiz Antônio Simas deu uma verdadeira aula durante a abertura da nova temporada de “Encontros para o Amanhã: A Vida é Inteligente”. Na ocasião, aproveitando a semana do Carnaval, Simas desmistificou com argumentos e dados o preconceito que há a respeito da propalada predominância da cultura afrobrasileira durante a festa.

Atuando em duas frentes, Simas aproveitou também para falar sobre a importância que as escolas de samba têm na educação das crianças do Rio de Janeiro. Segundo ele, “ninguém mais do que escola de samba atuou pela educação das crianças no Rio de Janeiro. É importante lembrar que em 1960, quando o Salgueiro levou o Quilombo dos Palmares pra avenida, você não encontrava Palmares em livros didáticos. Salgueiro apresentou Palmares pra muita gente que sequer tinha ouvido falar num Quilombo”.

“Eu me lembro que eu já tinha feito história. Estava começando a dar aula, quando a Unidos do Viradouro, só pra concluir com o exemplo, veio com o enredo sobre Tereza de Benguela e o quilombo do Quariterê”, destacou. “Não tem um livro didático que você encontre que fale de Tereza de Benguela.”

Excesso de enredo afro

Já sobre o propalado excesso de enredo afro no carnaval, o professor destacou que isso não passa de “besteira”.

“O primeiro desfile foi em 1932. E as escolas foram submetidas por regulamento a contar histórias oficias de uma cultura que é branca”, lembrou. “A primeira orixá citada num desfile de escola de samba do primeiro grupo foi Yemanjá pelo Império Serrano, em 1966, ‘Glórias e Graças da Bahia’”, destacou.

Simas lembrou ainda que “o primeiro enredo monotemático sobre um orixá foi o ‘Logum, o Príncipe de Efan’, Arranco do Engenho de Dentro, 1977. É ontem, ironizou. “Dois anos depois, Imperatriz faz ‘Oxumaré, a lenda do arco-íris’. Então, a rigor, a gente não tem que se perguntar ‘por que que tem tanto enredo afro?’. A pergunta tem que ser outra: ‘por que que demorou tanto a ter?’ Essa é a grande questão”, encerrou.

Veja o vídeo abaixo:

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