Em reunião com ministros, Lula se despediu de Dino – “o comunista do bem” – e ressaltou ao ministro da Justiça que no STF “só tem uma coisa que você não pode trair”.
No início da reunião ministerial nesta quarta-feira (20), realizada no Palácio do Planalto, Lula anunciou que está organização um ato democrático no dia 8 de janeiro, juntamente com líderes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, para lembrar a tentativa de golpe.
O presidente, que fará uma pausa na agenda entre os dias 26 de dezembro e 3 de janeiro, fez o anúncio para pedir que todos os ministros estejam em Brasília no início do ano.
“Nós estamos convidando um ato para lembrar a tentativa de golpe no dia 8 de Janeiro”, disse Lula. “O ato está sendo convocado por mim, pelo presidente do Senado, presidente da Câmara e presidente da Suprema Corte – o Flávio Dino está preparando para saber qual plenário a gente vai fazer. E quero lembrar os companheiros e companheiras ministras: ninguém está pedindo para não viajarem, mas eu quero a presença de todos os ministros e ministras no dia 8 de janeiro, aqui, deve ser na Câmara ou no Senado”, afirmou Lula.
O presidente ainda se despediu de Flávio Dino, que deve deixar o governo após o ato e entrar em férias até fevereiro, quando assume a vaga deixada por Rosa Weber no STF.
Antes, o presidente voltou a brincar com a nomeação de um “comunista” para a corte, agradeceu a Dino e enfatizou as diretrizes que considera essenciais a um ministro do STF.
“Obviamente que vamos ter uma fala especial do nosso querida Flávio Dino, que foi eleito ministro da Suprema Corte desse país. Segundo a extrema-direita, o primeiro comunista a assumir a Suprema Corte. E eu espero que seja um comunista do bem, que tenha amor, carinho e, sobretudo, que seja justo”, disse Lula.
“Porque ali [no STF] não pode prevalecer apenas a questão ideológica. Ali, meu caro Flávio Dino, com a tua competência, só tem uma coisa que você não pode trair: é seu compromisso com o povo brasileiro e com a verdade. Um ministro da Suprema Corte não tem que ficar dando entrevista, dando palpite sobre o voto. Ele fala nos autos do processo e é isso que interessa para que interessa a quem recorre. Eu estou confiante que você será motivo de orgulho para nosso país”, disse Lula.
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