Ex-presidente falou sobre propostas, reafirmou compromissos em defender a democracia, as necessidades mais urgentes da população e criticou gastança eleitoreira de Bolsonaro
Por Raphael Sanz, compartilhado da Revista Fórum
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (20) onde participou de comícios e carreatas ao lado da mulher Janja e de aliados como Marcelo Freixo (PSB), Rodrigo Neves( PDT) e o prefeito carioca Eduardo Paes (PSD). Pela manhã Lula visitou São Gonçalo, na região metropolitana da capital, onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveu um ato de campanha considerado um fiasco nos últimos dias.
No período da tarde e começo da noite, o petista arrastou uma multidão por bairros da zona oeste, que nas últimas eleições foi considerados redutos eleitorais do atual presidente. Lula aproveitou para criticar a gastança recente do governo em busca de uma virada eleitoral e a política de PPI (Preço Paritário Internacional) adotada pela Petrobrás sob Temer e Bolsonaro, que mantém os preços dos combustíveis elevados. “Eles começaram a reduzir o preço da gasolina por causa das eleições. Mas agora já tá subindo de novo. Nós vamos ganhar e não teremos o preço da gasolina dolarizado como agora”, prometeu.
Ainda sobre economia, mas em intersecção com outras áreas da sociedade, o ex-presidente lembrou que quando o Pré-Sal foi descoberto durante seus mandatos foi feita a Lei da Partilha do recurso que previa 75% dos royalties reinvestidos em educação, saúde, tecnologia e ciência. “Quando veio a pandemia, graças a Deus tivemos o SUS, que salvou muita gente”, declarou.
Lula também criticou a postura de Bolsonaro diante do cargo de presidente da República. Para o petista, o atual presidente se utiliza da posição para fazer campanha e não trabalha em prol do país. “Eu fui presidente e fui candidato à reeleição, assim como o FHC e a Dilma. E a gente fazia campanha depois das 18h e sábado e domingo, porque a gente tinha que trabalhar durante o dia. O atual presidente não está preocupado em governar o país, só com sua família”.
Além disso, o ex-presidente fez declarações contra o racismo presente na sociedade brasileira e defendeu mais investimentos em educação a fim de qualificar os mais pobres e, com isso, combater o racismo criando oportunidades para as classes subalternas, altamente racializadas no país. “Racismo é crime inafiançável, não podemos aceitar o preconceito de raça, de sexo, de religião. Por isso queremos voltar para consolidar a democracia. Eu sou o presidente que mais fez universidade e escola técnica nesse país. E vou fazer mais, para ter mais estudantes, principalmente nas áreas mais pobres do país”.