Política externa brasileira voltou a ser relevante, depois de 4 anos completamente fora da agenda internacional. É exercida pelo atual presidente brasileiro, de forma “ativa e altiva”, disse o entrevistado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no “exercício da diplomacia presidencial” atua para projetar o Brasil para além das fronteiras do subcontinente latino americano, disse José Reinaldo Carvalho, que é secretário-geral do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz) e editor internacional do Brasil 247.
José Reinaldo foi o entrevistado no “Contee Conta a política internacional do governo Lula”, no programa desta segunda-feira (8).
“Uma das diplomacias mais preparadas do mundo. E sendo o Brasil um regime presidencialista, [tendo o presidente da República, como chefe da Nação e do Estado” faz com que Lula se projete nesta perspectiva de inserir o Brasil nas discussões relevantes do mundo.
“E Lula, como grande estadista já provado, exerce a diplomacia brasileira ativa e altiva, em relação à política externa do governo”, explicou o jornalista.
Perfil de Lula
“As escolhas [dos países visitados] pelo presidente Lula dizem respeito ao perfil que o terceiro mandato vai tomando” à medida que avança a atuação do presidente da República, em relação à política externa brasileira, comentou o dirigente do Cebrapaz.
Sobre a visita presidencial aos EUA, José Reinaldo expressou que essa mostra a capacidade de o Brasil se relacionar com a superpotência, “em pé de igualdade.”
Questionado sobre o voto do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a guerra entre a Ucrânia e Rússia, o dirigente discordou do posicionamento da diplomacia brasileira, que não visão dele deveria ter seguido o voto dos países membros do Brics, do qual o País faz parte, que foi a “abstenção”.
Paz como saída negociada da guerra
O Brasil que faz parte do G20, as 20 maiores econômicas do mundo, se dispôs a buscar saída negociada e pacífica para a guerra que envolve os dois países eslavos daquela região da Europa.
Ao fim e ao cabo, a guerra não é da Rússia contra a Ucrânia. Mas da Rússia contra os EUA e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que é a aliança militar ocidental liderada pelos EUA. A Ucrânia está envolvida nesse complexo conflito, a partir dos interesses, primeiro dos EUA, e depois da Otan, na região.
Eleições na América do Sul
José Reinaldo teceu comentários sobre as derrotas eleitorais das forças progressistas no Chile e no Paraguai, vencidas pela extrema-direita. Os retrocessos no Peru, que apontam para a ascensão dessas forças políticas no subcontinente.
Não faltou abordagem sobre a crise que acomete países com a “Inglaterra, França e Alemanha, que vivem períodos de inflação alta e desaceleração econômica”, comentou.
Cúpula do Brics
José Reinaldo lembrou, que neste ano, o encontro vai ser realizado em Johanesburgo, na África do Sul, entre 22 e 24 de agosto. O evento vai ocorrer na província de Gauteng, cidade no Norte do país.
A cúpula deste ano vai ser realizada sob o tema: “Brics e África”: Parceria para Crescimento Mutuamente Acelerado, Desenvolvimento Sustentável e Multilateralismo Inclusivo”.
O Brics é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A presidência do Brics passou da China para a África do Sul, em 1º de janeiro de 2023. A ex-presidente Dilma Rousseff foi eleita para presidir o banco multilateral do Brics – NBD (Novo Banco de Desenvolvimento) –, com sede em Xangai, na China.
A entrevista foi conduzida pela jornalista da Contee, Táscia Souza, e mediada pelo coordenador-geral da Confederação, Gilson Reis.
Assista a íntegra da conversa