Por Washington Luiz Araújo, jornalista –
“É muito difícil você vencer a injustiça secular, que dilacera o Brasil em dois países distintos: o país dos privilegiados e o país dos despossuídos (Ariano Suassuna).
“Imoral, desumano, atroz, injustíssimo, calhorda, primitivo… Nenhuma palavra, por mais forte que seja, é capaz de definir o fato de que apenas CINCO brasileiros concentram a mesma renda da METADE da população mais pobre. É a tal modernidade, o tal mercado, a tal meritocracia. A partir desse dado, é ridículo falar em miséria africana. Justiça social no Brasil é pouco para o Brasil. Precisa resgatar primeiro a noção mínima do que é um ser humano (Carlos Eduardo Alves, jornalista).
Não dá para ler as constatações acima sem pensar no que irá acontecer amanhã no julgamento de Luiz Inácio Lula da Silva e no que vem acontecendo com o ex-presidente e com o povo brasileiro desde o golpe jurídico-midiático-parlamentar que foi dado no Brasil, tirando Dilma Rousseff do poder para colocar uma quadrilha de pilhadores entreguistas.
Está claro que a perseguição a Lula, com a tentativa de impedi-lo de ser candidato à presidência da República, se dá em razão do mesmo ter procurado minimizar as agruras impingidas aos mais pobres do Brasil.
Sem provas, o juiz Sérgio Moro condenou Lula em primeira instância e sem provas o ex-presidente corre seríssimo risco de ser condenado por três desembargadores que têm referendado o que o magistrado da autointitulada República de Curitiba tem imposto.
As provas que condenam Lula são outras, configuradas nos inúmeros projetos sociais que colocou na prática, fazendo um pouco, que significou muito, para diminuir a distância entre os privilegiados e os despossuídos. Mas Lula não está só e nunca ficará.