Uma mensagem de texto enviada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para a chefe da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, trouxe tensão à relação entre Mercosul e União Europeia, segundo o colunista Jamil Chade, do Uol.
Por Victor Nunes, compartilhado de DCM
Na declaração, Macron anunciou sua rejeição ao acordo de livre comércio entre os blocos, alegando proteger os agricultores franceses.
Entretanto, diplomatas apontam que o argumento do francês sobre o risco para a agricultura sequer condiz com a realidade. Os estudos realizados por ambos os lados do processo apontam que, caso o acordo que já é negociado há 25 anos entre em vigor, o volume extra de exportação brasileira prevista não representaria a dimensão do abalo no mercado europeu como alegam os franceses.
Origem da crise
A crise surge após o Brasil ver suas exigências atendidas pela Comissão Europeia em relação a licitações públicas, enquanto Macron tenta bloquear o processo. O Brasil conquistou concessões importantes, como a exclusão do SUS de aberturas de mercado e a preferência por empresas nacionais em licitações.
O presidente francês busca apoio interno e apresenta o Brasil como um inimigo externo, em meio a desafios políticos em seu país.
Busca por popularidade
A estratégia de Macron reflete sua necessidade de estabilidade política e popularidade. A França vê no Brasil um escudo para enfrentar tensões internas. No entanto, enfrenta resistência de outros países europeus favoráveis ao acordo com o Mercosul.
A situação cria incerteza sobre o futuro do acordo. A França anuncia medidas para proteger seus agricultores, como a proibição de certos pesticidas. O debate sobre soberania alimentar e protecionismo se intensifica, enquanto Macron busca apoio interno e enfrenta críticas.