Por Adriana do Amaral, jornalista
Na praça ensolarada, os seguidores, admiradores e turistas aguardam ansiosos a chegada das Madres de la Praza de Maio, em Buenos Aires, capital da Argentina, na quinta (29). Os cartazes anunciam o apoio à vice-presidenta Cristina Kirchner, mas a história explica os porquês da luta passada e presente, costurada pela linha ideológica do Peronismo.
Ao chegar, as matriarcas são recebidas com cantoria e aplausou. Durante cerca de uma hora marcham, em sentido horário, segurando a faixa que tem as palavras escritas: El amor pudo más que el odio.
Um protesto, uma lembrança, uma procissão. Em cada passo, para algumas dados com dificuldade devido a idade avançada, a resiliência, a sororidade, a valentina marcam os compassos.
Na sequência, a voz esconde quaisquer fragilidade ao falar em alto e bom som as mazelas da sociedade capitalista, patriarcal, da mídia hegemônica e da polícia que têm lado. Também da perseguição política à Cristina.
As anciãs dão voz aos oprimidos e àqueles que lutam. Desta vez, aos trabalhadores do seguimento de prestação de serviços de segurança.
No final, as madres surpreendem ao denunciar que distante dalí, no vizinho Brasil, o amor também precisa vencer o ódio. Elas abrem a toalha que marca a campanha eleitoral de Lula para a presidência e os aplausos e choro se fundem em esperança.
As madres abençoam o Brasil dignificando as abuelas, os 30 mil desaparecidos políticos da ditadura militar argentina e o número ainda ignorado de desaparecidos políticos no Brasil. Sempre do lado certo da História, sempre do lado certo da História!
Gratidão, madres!