Publicado no Portal da ABI –
Liberdade e democracia foram as palavras mais citadas e reverenciadas pelos cantores, compositores e grupos de músicos, que, nesta segunda-feira, 4, participaram do show “A música estende a mão para a ABI”, em prol da Casa do Jornalista, que, sob nova direção, luta para se recuperar de grave crise financeira.
Foram mais de trinta artistas, que, durante quase quatro horas, se revezaram no palco do Circo Voador, no Rio, cantando e tocando ritmos variados de patrimônios da música brasileira. Samba enredo, samba de roda, choro, MPB, kizomba, carnaval … de tudo um pouco. No próximo sábado, 9, às 21 horas, o show poderá ser visto na íntegra pela TV Comunitária do Rio de Janeiro.
“É muito bom estarmos juntos, lutando pela democracia. Bom viver, se for com liberdade “, abriu a noite a atriz e militante política Bete Mendes, que, ao lado do compositor Paulo César Feital, conduziu a apresentação do espetáculo. Marielle Franco, assassinada no ano passado, Carlos Carlos Marhiguela, morto há 50 anos pela ditadura militar, e Lula foram lembrados.
Ao convidar para subir ao palco o presidente da ABI, Paulo Jeronimo, e o vice Cid Benjamin, ”companheiro de muitas lutas”, Bete Mendes destacou que a ABI “preserva, luta e defende a democracia”. Nesse contexto, ela lembrou “os problemas das últimas eleições da ABI; não queriam que, democraticamente, eles fossem eleitos”.
“Esse show é uma demonstração da consciência de que a luta pela democracia precisa da ABI, uma ABI forte. E nós estamos construindo uma ABI forte”, ressaltou Cid Benjamin, agradecendo aos músicos que aderiram gratuitamente à causa, ao produtor musical Paulo Figueiredo, e ao Circo Voador, que cedeu o espaço também de graça.
Da mesma forma, Paulo Jeronimo agradeceu “todos os músicos que se apresentaram para engrandecer a ABI”. Ele garantiu que a entidade, com 111 anos de existência, vai continuar lutando pela liberdade de imprensa, pelos direitos humanos e pela democracia. “Viva a ABI”. A saudação de Paulo Jerônimo virou uma espécie de senha, repetida pelos músicos ao final de suas apresentações.
Em clima de confraternização e de liberdade de expressão, o primeiro a se apresentar foi Geraldo Azevedo, com a canção Dia Branco, um hino ao amor e à esperança. Jards Macalé veio em seguida, com “o sol há de brilhar mais uma vez”, refrão de Juízo Final, de Nelson Cavaquinho. Monarco, aos 85 anos, um dos baluartes do samba, contou histórias do tempo que trabalhava na ABI. “Escovava a mesa de bilhar francês que Villa Lobos jogava”, disse, orgulhoso.
Zé Renato falou de seu respeito à ABI e lembrou o pai, jornalista. O cantor Cláudio Jorge, também filho e neto de jornalista, disse que “a ABI voltou a estender a mão para a democracia”, numa referência bem humorada ao ano nome do show.
Para o cantor e compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz, “nada melhor que cantar samba que fale de liberdade”. Marquinho China concordou e entoou o consagrado ‘Abre asas sobre mim/ Oh senhora liberdade’.
Precisamos muito da ABI, completou Ana de Holanda, antes de anunciar a entrada no palco de Chico Brown, seu sobrinho, neto de Chico Buarque. Estava ali representada três gerações de músicos. “A família Buarque prevalece”, brincou Paulo César Feital.
Ricardo Vilas, com clássicos de seu álbum “Canto de Liberdade ‘, homenageou o poeta, compositor , escritor e ator Mário Lago, morto em 2002. Vilas lembrou o início de sua carreira em 1967, em plena ditadura militar, e destacou o papel de luta da ABI pelo restabalecimento da democracia. “Hoje nossa democracia sofre”, diz. Na sequência, formou-se o coro “Amanhã vai ser outro dia”, de Apesar de Você, de Chico Buarque. Ernesto Pires também cantou e falou de lutas e liberdades.
O calor do samba continuou com a jornalista e cantora Tânia Malheiros, a roda de samba do Bip-Bip, Chico Alves, Alice Passos e Elisa Addor, com o samba enredo 2019 da Mangueira que diz “ quero um brasil que não está no retrato “. A noite seguia quando entrou no palco Mariana Baltar, acompanhada pelo Cordão do Boitatá e Água de Moringa. Destacou seu orgulho de ser filha de jornalistas e de ter sua mãe, Vera Perfeito, fazendo parte da atual direção da ABI. Depois, Mariana soltou a voz em O Cavaleiro e os Moinhos, de João Bosco e Aldir Blanc – ‘arrebentar a corrente que envolve o amanhã, despertar as espadas, varrer as esfinges das encruzilhadas’. Cantou ainda Jongo do Irmão Café, Juizo Final, sambas da Mangueira ( Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm, e Cem anos de liberdade, realidade e ilusão) e encerrou o show com o samba enredo do Império Serrano, Aquarela do Brasil, com a plateia sambando animada e com vontade de quero mais de um espetáculo que já entrou para a história da ABI.
Muita animação no show da ABI
– O show A MÚSICA ESTENDE A MÃO À ABI foi gravado na íntegra pela TVCRIO – TV Comunitária do Rio de Janeiro, canal 6 da NET-RIO;
– Os assinantes da NET-RIO podem assistir o show no próximo sábado dia 9/11, às 21H no canal 6; com horário alternativo, domingo, 10/11, às 18H;
– Os internautas pelo portal da emissora www.tvcomunitaria.rio;
– Nos smartphones Android é possível instalar o aplicativo TVCRIO e assistir a programação do canal 6;
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