Ataques aéreos israelenses em Gaza mataram pelo menos 400 pessoas, disseram autoridades de saúde palestinas, enquanto ataques atingiram dezenas de alvos na manhã desta terça-feira (18).
na foto: O mais letal dos ataques de Israel a Gaza começou na madrugada Foto: reprodução
Os ataques encerraram um impasse de semanas sobre a extensão de um cessar-fogo que interrompeu os combates em janeiro.
O grupo militante palestino Hamas emitiu um comunicado acusando Israel de violar o cessar-fogo.
Ataques foram relatados em vários locais, incluindo o norte de Gaza, a Cidade de Gaza e Deir al-Balah, Khan Younis e Rafah, no centro e no sul da Faixa de Gaza. Autoridades do Ministério da Saúde palestino disseram que muitos dos mortos eram crianças.
Os militares israelenses, que disseram ter atingido dezenas de alvos, disseram que os ataques continuariam pelo tempo necessário e se estenderiam além dos ataques aéreos, aumentando a perspectiva de que as tropas terrestres israelenses pudessem retomar os combates.
Em hospitais sobrecarregados por bombardeios desde o último início das hostilidades em outubro de 2023, pilhas de corpos em lençóis de plástico branco manchados de sangue podiam ser vista, à medida em que as vítimas chegavam.
Autoridades informaram separadamente que 16 membros de uma mesma família em Rafah, no sul de Gaza, foram mortos.
Em Washington, um porta-voz da Casa Branca disse que Israel consultou o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, antes de realizar os ataques.
“O Hamas poderia ter libertado reféns para estender o cessar-fogo, mas em vez disso escolheu a recusa e a guerra”, disse o porta-voz da Casa Branca, Brian Hughes.
Militares israelenses, que disseram ter atingido dezenas de alvos, contaram que os ataques continuariam pelo tempo que fosse necessário e se estenderiam além da investida aérea.
Isso levantou a perspectiva de que as tropas terrestres israelenses pudessem retomar os combates.
Os ataques foram muito mais amplos em escala do que a série regular de ataques de drones que os militares israelenses disseram ter realizado contra indivíduos ou pequenos grupos de supostos militantes.
Os ataques seguem semanas de esforços fracassados para chegar a um acordo sobre uma extensão da trégua acordada em 19 de janeiro.
O governo israelense publicou uma declaração oficial na rede social X. Segue a íntegra:
“O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa Israel Katz instruíram as IDF ontem à noite a agir com força contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza.
A decisão foi tomada à luz das circunstâncias acumuladas, principalmente a falta de qualquer movimento nas negociações para a libertação de nossos reféns devido à postura rejeicionista do Hamas, e um aviso da possibilidade de um ataque de organizações terroristas em Gaza contra nossos soldados e comunidades com o objetivo de matar e sequestrar.
Depois que o Hamas se recusou repetidamente a libertar nossos reféns e rejeitou as propostas que recebeu do enviado do presidente dos Estados Unidos, Steve Witkoff, e dos mediadores, o IDF e o Shin Bet foram instruídos, como declarado, a atacar uma série de alvos da organização terrorista Hamas em toda a Faixa de Gaza, com o objetivo de alcançar os objetivos de guerra determinados pela liderança política. incluindo a libertação de todos os nossos reféns – tanto os vivos quanto os caídos.
O primeiro-ministro esclareceu que, a partir de agora, Israel agirá contra o Hamas com uma força militar cada vez mais intensa.”
O que havia no acordo de cessar-fogo de Gaza?
Aqui estão alguns dos principais elementos do acordo de cessar-fogo de Gaza que entrou em vigor em janeiro, após 15 meses de conflito.
– Uma fase inicial de cessar-fogo de seis semanas inclui a retirada gradual das forças israelenses do centro de Gaza e o retorno dos palestinos deslocados ao norte de Gaza.
– “O acordo exige que 600 caminhões de ajuda humanitária sejam autorizados a entrar em Gaza todos os dias do cessar-fogo, 50 deles transportando combustível, com 300 dos caminhões alocados para o norte, onde as condições para os civis são particularmente difíceis.
– O Hamas libertaria 33 reféns israelenses, incluindo todas as mulheres (soldados e civis), crianças e homens com mais de 50 anos.
– Israel libertaria 30 prisioneiros palestinos para cada refém civil e 50 detidos palestinos para cada soldado israelense que o Hamas libertasse.
– A implementação do acordo será garantida pelo Catar, Egito e Estados Unidos.
– As negociações sobre uma segunda fase do acordo começarão no 16º dia da primeira fase e devem incluir a libertação de todos os reféns restantes, um cessar-fogo permanente e a retirada completa dos soldados israelenses.”