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Nova pesquisa é a evidência mais forte de que as vacinas contra o vírus SARS-CoV-2 podem funcionar por longos períodos.
Pesquisadores australianos revelaram que as pessoas que foram diagnosticadas com a COVID-19 têm memória imunológica para se proteger contra a reinfecção por pelo menos oito meses. Os resultados foram publicados nesta quarta-feira (23) na revista científica Science Immunology.
Anteriormente, muitos estudos mostraram que a primeira onda de anticorpos contra o novo coronavírus diminuía após os primeiros meses, levantando preocupações de que as pessoas podem perder a imunidade rapidamente. Este novo trabalho acalma essas preocupações.
“Esses resultados são importantes porque mostram, definitivamente, que os pacientes infectados com COVID-19 de fato mantêm imunidade contra o vírus e a doença”, afirma em comunicado Menno C. van Zelm, coautor do estudo.
Memória por longa duração
A pesquisa descobriu que células específicas do sistema imunológico, chamadas células B de memória, “lembram” da infecção pelo vírus e, se desafiadas novamente, por meio da reexposição ao vírus, desencadeiam uma resposta imunológica protetora por meio da rápida produção de anticorpos protetores.
Como em outros estudos, observando apenas a resposta dos anticorpos, os cientistas descobriram que os anticorpos contra o SARS-CoV-2 começaram a cair 20 dias após a infecção. No entanto, todos os pacientes continuaram a ter células B de memória que reconheceram componentes do novo coronavírus, as proteínas de pico e as proteínas de nucleocapsídeo. Essas células B de memória específicas para vírus estavam presentes de forma estável até oito meses após a infecção.
De acordo com Zelm, os resultados dão esperança à eficácia de qualquer vacina contra a COVID-19 e explicam por que houve tão poucos exemplos de reinfecção genuína entre as milhões de pessoas que testaram positivo para o SARS-CoV-2 em todo o mundo.
“Esta tem sido uma nuvem negra pairando sobre a potencial proteção que poderia ser fornecida por qualquer vacina [contra a] COVID-19 e dá esperança real de que, uma vez que vacinas sejam desenvolvidas, elas fornecerão proteção de longo prazo”, comemora o pesquisador.