Manifestações pela democracia e contra o racismo marcam domingo no Brasil

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Compartilhado de RBA

Guilherme Boulos protestou contra decisão judicial que mudou local de ato em São Paulo. Em Belém e no Rio de Janeiro houve prisão arbitrária de manifestantes

Vista aérea do início da concentração no Largo da Batata, em São Paulo

São Paulo – Manifestações em diversas cidades do Brasil pediram democracia e protestaram contra o racismo na manhã e na tarde deste domingo (7). Algumas sofreram com a repressão policial.




Em São Paulo, a concentração no Largo da Batata começou às 14h, após a Justiça ter proibido a mobilização na Avenida Paulista. A decisão, segundo o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, teve como objetivo desmobilizar a manifestação.

No ato, ele discursou e rebateu as acusações de Jair Bolsonaro contra manifestantes, conforme registrou o site Viomundo. “O Bolsonaro passou esses dias todos dizendo que a gente é terrorista. Terrorista não é quem defende a democracia, terrorista é quem é expulso do Exército por tentar explodir o quartel!”, disse.

“Vagabundo é quem ficou 27 anos no Congresso e não fez porra nenhuma. Vagabundo é o Véio da Havan, que recebeu auxílio emergencial”, destacou ainda o líder do MTST.

Em Brasília, houve uma marcha na Esplanada dos Ministérios que, entre outras bandeiras, defendia o “fora Bolsonaro”. Com diversos cartazes, faixas e gritos relacionados ao Black Lives Matter (vida negras importam), movimento inspirado na mobilização que ocorre nos Estados Unidos pelo assassinato de George Floyd por um policial branco.

A marcha antifascista de Brasília teve início às 9h, em frente à Biblioteca Nacional. Por volta das 10h, milhares de manifestantes tomaram a rua da Esplanada dos Ministérios, enquanto policiais faziam um cordão na frente dos prédios.

Um grupo nitidamente menor se manifestou a favor do governo. Vestidos de verde e amarelo, manifestantes acessaram a Praça dos Três Poderes, local tradicional de concentração de apoiadores do presidente nos últimos domingos.

Repressão policial

No Rio de Janeiro, cerca de 15 manifestantes foram detidos na região central da capital fluminense, antes do início do ato Vidas Negras Importam. Segundo o organizador do movimento, Gabriel Murga, a alegação foi que estavam portando álcool gel.

“O grupo não faz parte do movimento, era uma manifestação independente, mas ficamos sabendo que foram detidos por portar álcool gel e já enviamos advogados para a delegacia”, disse Murga ao Estadão Conteúdo.

Em Belém, houve detenção de ativistas.”Foi uma mega operação da polícia militar e civil e dezenas pessoas detidas, uma operação absurda e desproporcional”, disse o advogado Marco Apolo da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH).

Em nota, a entidade destacou que as prisões “não fazem sentido”. “Se não é permitido aos manifestantes se reunirem como aconteceu hoje, também não deveria ser permitido aglomerações em Zonas Comerciais de Belém. é um Decreto que de forma desmedida aponta uma conduta como proibida em uma ocasião, mas abre possibilidades para outra. A lei que vale para um ambiente deveria valer para todos.”

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