Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, Facebook –
Os dois durante um tempo aparentemente exerceram a mesma profissão. Viveram até na mesma cidade. Nas fotos, um aparece com a cara boa, um sorriso quase inocente. O outro também ri, mas já parece um sorriso velhaco — e acompanhado de gente que faz do ódio a profissão de fé.
Um foi embora sem tempo de ver o filho pequenino crescer. Deu azar de por acaso encontrar pistoleiro no caminho. Deixou também uma viúva triste e combativa
O outro é um sujeito estranho. Sabe-se apenas que gosta de suco de laranja de caixinha e de fazer mágica na sua movimentada conta bancária. Parece ser bom pai, porém. Garantiu uma graninha pública boa para a filhona.
Ambos em determinada fase foram motorista. O Gomes, Anderson Gomes, foi executado junto com Marielle Franco. Já tem 9 meses e assassinos e mandantes continuam soltos. O filho que não verá crescer daqui a pouco entenderá o que aconteceu com o pai. Não se sabe se aceitará a privação. O Queiroz, amigo e funcionário dos Bolsonaros, anda sumido. Está procurando armar uma historinha para boi dormir. Afinal, a moralidade fake não pode desabar antes de começar o show.
O Brasil bacana, ou que um dia pode voltar a ser bacana, é o do Gomes. Cara boa, batalhador, família bonita e amorosa. É por ele, e pelas Marielles perseguidas, que não podemos desistir. A gente deve satisfação ao filhinho de Anderson Gomes, o motorista brasileiro tão diferente do Queiroz.