Escritor, que ficou tetraplégico aos 20 anos de idade, afirma que chamar Lula de capacitista é “oportunismo político”
POR IVAN LONGO, COMPARTILHADO DE REVISTA FÓRUM
O jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva, autor de obras célebres como “Feliz Ano Velho” (1982), saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o mandatário fazer uma fala que foi considerada capacitista (descriminação de pessoas com deficiência).
Em sua live semanal, o “Conversa com o Presidente”, Lula, ao comentar a recuperação que deverá enfrentar após a cirurgia que fará no quadril, disse que as pessoas não o verão “de andador ou muleta”. “Vão me ver sempre bonito, como se eu não tivesse sequer operado”, disparou o presidente.
O comentário recebeu inúmeras críticas e, para muitos, tratou-se de capacitismo.
“E essa fala desnecessária que o Presidente Lula reproduziu? É nítido que ele não falou por mal, mas ao mesmo tempo não podemos deixar esse erro Capacitista passar despercebido”, disse através das redes sociais, por exemplo, o influenciador Ivan Baron, que subiu a rampa do Palácio do Planalto com Lula na cerimônia de posse e que é um militante na luta contra o preconceito às pessoas com deficiência.
Marcelo Rubens Paiva, entretanto, foi uma das pessoas com deficiência que defendeu o presidente após as acusações de capacitismo. O escritor é cadeirante e ficou tetraplégico aos 20 anos de idade após sofrer um acidente. Depois de muita fisioterapia, recuperou os movimentos das mãos e dos braços.
Através das redes sociais, nesta quarta-feira (27), Marcelo Rubens Paiva classificou as acusações de capacitismo contra Lula como “oportunismo político”.
“Chamar um amputado que nunca escondeu a sua deficiência da capacitista é oportunismo político. Não cai nessa”, escreveu.