Marina critica a Petrobras, Feldman defende fim da partilha e do conteúdo nacional: Petrobrax à vista?

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A fórmula é conhecida: criticar um serviço ou empresa pública à exaustão, desqualificar seu quadro de pessoal, suas escolhas, conquistas e lucros. Mobilizar a mídia para que a ~opinião pública~ ache que a empresa em questão é uma chaga para o país. Aí, é só chegar ao poder, desmantelar a empresa  e  entregá-la para o capital estrangeiro e para as multinacionais e pronto: neoliberalismo 1.0 em sua essência. Talvez nem todos se lembrem dessa fórmula – afinal, há 12 anos a abordagem do governo é outra – , mas a Petrobrax é bem difícil de esquecer. E parece que não é só tucano que anda querendo aplicar a receita no Brasil.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo traz críticas do coordenador de campanha da candidata Marina Silva (PSB) ao modelo de exploração do pré-sal e à política de conteúdo local. Apropriando-se do discurso de Walter Feldman, a reportagem diz que a empresa não tem situação financeira adequada para o controle da exploração do petróleo nessas áreas e chama a política de conteúdo local de doutrinária.




Feldman endossa a reclamação do Instituto Brasileiro de Petróleo(link is external), que critica abertamente o monopólio da Petrobras no país(link is external), ação essa que objetiva proteger os nossos recursos. Isso porque o regime de partilha, instituído em 2010, determina que a exploração de todas as áreas do pré-sal seja controlada pela empresa brasileira – a Petrobras tem que ser sócia com um mínimo de 30%, em cada área a ser explorada.

Destacou a reportagem: “A própria Petrobras se diz com dificuldades de responder a essa demanda”, disse Feldman.  Mas, como temos visto aqui no Muda Mais, essa não é a realidade da empresa. A companhia tem batido recordes sucessivos de produção de petróleo. No mês de julho alcançou 2 milhões 152 mil barris/dia. Além disso, é a empresa mais valiosa do Brasil, com valor de mercado estimado em R$ 262,9 bi. Tem mais: no primeiro trimestre do ano deu lucro de quase R$ 5,4 bilhões e de R$ R$ 4,9 bilhões no segundo trimestre(link is external) do ano. Os investimentos estimados até 2018 são da ordem de R$ 220,6 bilhões e a expectativa é aumentar a produção para 4 milhões de barris de petróleo por dia, o que fará da empresa a quinta maior do mundo. A produção exclusiva do Pré-Sal também não para de bater recordes: são 540 mil barris por dia, e subindo!

A presidenta Dilma Rousseff já alertou para o fato de que ser contra o pré-sal é ser contra o Brasil. “O petróleo do pré-sal é o centro de uma nova estratégia de desenvolvimento que já beneficia o povo brasileiro e que irá beneficiá-lo ainda mais no futuro próximo”, disse recentemente. Nessa segunda-feira (15), aconteceu uma grande manifestação no Rio de Janeiro em defesa da empresa e, na ocasião, o ex-presidente Lula lembrou que devemos nos orgulhar dessa grande companhia brasileira. “A camisa da Petrobras deve orgulhar não apenas os petroleiros, mas todos os brasileiros, por tudo o que a Petrobras representa para o país”, disse.

Na campanha de Marina, o tema foi relegado a segundo plano e agora é fácil entender o motivo: com a candidata que se define como “a nova política”, as ferramentas são antigas e o preço disso será um país de volta ao passado.

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