POLÍTICA
Por Umberto Trigueiros, jornalista
Estamos praticamente há um mês do primeiro turno das eleições. Claro que vai haver segundo turno.
No contexto atual, tudo indica que os resultados obtidos pelas duas principais candidatas nessa primeira etapa do pleito serão definidores do resultado final da disputa.
O Brasil é um país importante e sua postura ativa na conformação do MERCOSUL, sua posição independente e de apoio a governos progressistas da América Latina, seu papel na constituição dos BRICS e no fortalecimento das relações SUL-SUL, além de outras iniciativas de afirmação de soberania e que contribuem para a conformação de uma nova ordem internacional, mais favorável aos países em desenvolvimento, são de extraordinária importância não só para o futuro do nosso povo, como para os povos irmãos dos países em desenvolvimento da América Latina, África e Ásia.
O cenário para a nossa inserção no complexo quadro de poder e de interesses estratégicos do mundo contemporâneo está também sendo definido nessas eleições.
A candidata enrustida da direita, Marina Silva, já se pronunciou sobre o tema, colocando em segundo plano as relações com o MERCOSUL, com os BRICS, com as alianças SUL-SUL, para priorizar os relacionamentos com os EEUU, com a União Europeia, organismos financeiros internacionais e afins.
Ela está sendo coerente com a sua defesa da autonomia do Banco Central, com a sua aliança explícita com o capital financeiro, com os gigantes do agronegócio, com seu já anunciado choque de ordem financeiro e gerencial conservador.
Há muitos outros aspectos das suas propostas, posturas e alianças que revelam bem o caráter de direita do projeto político em que Marina está inserida, jogando fora a sua biografia, a sua história.
Tivemos nesse período dos governos do PT e de alianças de centro-esquerda muitos avanços no aumento da renda, do nível de emprego, na maior inclusão social, no acesso à educação, à formação técnica, à educação superior, na ampliação dos direitos sociais, no desenvolvimento, na inovação, numa política externa de maior afirmação nacional e de soberania.
Muitas expectativas não foram alcançadas, ou não foram perseguidas de verdade em nome da governabilidade. Muito deixou de ser feito é verdade.
E é preciso criticar, disputar os espaços, fortalecer o movimento sindical e popular e lutar para avançar mais em questões como as da reforma agrária, no apoio à agricultura familiar, na taxação das grandes fortunas, na reforma política, em políticas concretas de democratização dos meios de comunicação, no controle social, para reduzir as taxas de juros elevadas, principais responsáveis pela sangria dos recursos públicos para os bancos, no adequado financiamento do Sistema de Saúde e Seguridade Social e o de Educação pública, na reforma do judiciário, na desmilitarização das polícias militares…
Enfim, temos um enorme passivo a enfrentar para tirar nosso povo definitivamente da miséria, para aprofundar a construção de uma efetiva democracia com participação e controle social, com desenvolvimento soberano, justiça, equidade.
Contudo, podem ter certeza, não vamos trilhar o caminho para superar esses e tantos outros desafios sob a liderança de uma figura como Marina Silva.
Ela (Marina) representa o atraso, o retrocesso, a submissão, o engano. Durante a Guerra Civil Espanhola, na última metade dos anos 30, quando Madri estava cercada pelas tropas de Franco, um General franquista dirigia o cerco apoiado em quatro colunas de tropas, que de Norte, Sul, Leste e Oeste tratavam de asfixiar a resistência da capital republicana, que apesar da superioridade bélica do inimigo resistia heroicamente.
Perguntado como pretendia tomar a cidade, o General respondeu que o faria com a Quinta Coluna, ou seja com a coluna dos traidores de dentro de Madri.
E o termo Quinta Coluna passou a ser desde então sinônimo de traição. Marina é, aqui e agora essa Quinta Coluna. A direita descarada e assumida, com sua própria face, jamais ganhou uma eleição direta para Presidente no Brasil.
E agora, aparece novamente enrustida, disfarçada com uma figura que saiu do movimento popular, que vem serpenteando como uma cobra para desempenhar seu papel de QUINTA COLUNA.
Por isso, para mim, numa hora dessas, não dá pra vacilar, nem tergiversar, mesmo com críticas duras, com divergências, VOTO DILMA. …