Publicado no Jornal GGN –
A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva entrou com pedido de restituição de valores investidos em cota-parte do apartamento 141 no condomínio Solaris, no Guarujá, que ganhou o noticiário por ter sofrido uma reforma bancada pela OAS. Para a Lava Jato, a família Lula é dona oculta do apartamento e a reforma foi feita em troca de favores feitos pelo ex-presidente à companhia.
Segundo o Estadão desta terça (26), a defesa de Marisa ajuizou ação na 34.ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo contra a Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) e a OAS cobrando R$ 300.817,37 “em parcela única e imediata”.
O tríplex 164-A foi reformado por mais de $ 700 mil após a Bancoop, a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT, entrar em dificuldade financeira e repassar a OAS empreendimentos inacabados.
Na ação, Marisa afirma que, em abril de 2005, assinou Termo de Adesão e Compromisso de Participação com a Bancoop e adquiriu “uma cota-parte para a implantação do empreendimento então denominado Mar Cantábrico”, previsto para ser entregue em 2007. Marisa pagou a entrada de R$ 20 mil, as prestações mensais e intermediárias até setembro de 2009. Naquele ano, a Bancoop repassou o empreendimento à OAS e deu duas opções aos cooperados: solicitar a devolução dos recursos financeiros ou adquirir uma unidade da OAS, por um valor pré-estabelecido, utilizando, como parte do pagamento, o valor já pago à Cooperativa.
A defesa de Marisa só se manifestou sobre o tema em 2015, quando pediu a restituição dos valores colocados no empreendimento. A Bancoop “não realizou a devolução do valor investido ou forneceu qualquer justificativa” e, por isso, “esgotados os meios amigáveis e suasórios, a presente ação de restituição de valores tornou-se necessária.”
Danos morais
Nesta terça, Marisa também teve rejeitada pela Advocacia Geral da União (AGU) uma ação de indenização por danos morais com a divulgação de suas conversas pela Lava Jato. Num dos trechos, Marisa manda os “coxinhas” que foram às ruas protestar contra o governo “enfiarem suas panelas no c…”, lembrou o Estadão.
Marisa, o filho dela, Fábio Luís Lula da Silva, e a nora, Renata Moreira, pedem R$ 100 mil cada um. A AGU defendeu a legalidade dos atos de Sérgio Moro, juiz que vazou os áudios para a imprensa.