Matar Fidel, a obsessão dos norte-americanos

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Por Fernando Brito em O Tijolaço –  

Fidel Castro é o ditador sanguinário e os Estados Unidos o campeão da democracia, certo?

Qualquer um, menos os bolsomitos que enchem a paciência na área de comentários – não respondam, não vou gastar o dia bloqueando essa turma -, vai ver que a história não é exatamente assim com a reportagem do Washington Post, que colocou uma dúzia de repórteres e editores para examinar os 2.800 arquivos da era JFK liberados pela Casa Branca.

matarfidel

Não explicam ainda o assassinato do então presidente dos EUA, mas revelaram, de cambulhada, as “1001 formas de matar Fidel Castro” tentadas pela CIA e por outros órgãos governo norte-americano.

Imagine uma forma de matar alguém e está lá: contratar a máfia, colocar veneno numa roupa de mergulho – esporte que Fidel Gostava de praticar – e até “rechear” uma concha marinha com explosivos e colocar nos lugares onde ele costumava nadar.  E até uma digna de James Bond: “uma caneta esferográfica com uma agulha hipodérmica capaz de injetar veneno no líder cubano”. Fora, claro, rifles potentes e até a venda de peças para aviões  da Cubana de Aviacción sabotadas, para ver se uma delas poderia derrubar um avião “castrista”.

E não era só Castro, não, nem Che ou Raul, seus auxiliares. “Outro documento descreve um esquema proposto pelo Pentágono chamado Operação Bounty que procurou derrubar o governo de Cuba e estabeleceu um sistema de recompensas financeiras para os cubanos por “matar ou entregar vivos comunistas  conhecidos”.

E Fidel queria fazer o mesmo com Kennedy? Os documentos examinados pelo Washington Post revelam que não:

“Um projeto de relatório do Comitê Seleto de Assassinatos da Casa considerou improvável que Cuba matasse Kennedy como uma retaliação para as tentativas da CIA sobre a vida de Fidel Castro. “O Comitê não acredita que Castro teria assassinado o presidente Kennedy, porque tal ato, se descoberto, teria oferecido aos Estados Unidos a desculpa para destruir Cuba”, afirma o projeto. “O risco não valeria a pena”

Deixando de lado as bobagens que os documentos revelam sobre relações entre  prostitutas e strippers com JFK e Lyndon Johnson – o calhamaço de documentos – e não são todos, além de muitos estarem cortados – mostra o quanto as agressões americanas desmentem a versão de que os “anjos da liberdade”  queriam democracia em Cuba.

E o quanto os 90 anos de vida de Fidel foram, eles próprios, a sua maior vitória sobre o império.

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