O xeique Tamim bin Hamad al-Thani, emir do Catar, acusou Israel de estar cometendo um genocídio em Gaza. A denúncia aconteceu nesta terça-feira (5) durante a abertura da cúpula do conselho de cooperação do Golfo em Doha. Segundo a Veja, esses comentários podem comprometer as perspectivas de retorno às negociações, uma vez que o Catar desempenhou um papel crucial na mediação de tréguas temporárias no conflito.
Por Augusto de Sousa, compartilhado de DCM
Al-Thani expressou sua indignação com a continuidade do conflito, considerando “uma vergonha” para a comunidade internacional permitir que as hostilidades persistam. Ele acusou Israel de violar valores políticos, éticos e humanitários, referindo-se ao conflito como um “assassinato sistemático e proposital de civis inocentes e desarmados”.
O líder catariano destacou o papel do seu país na mediação da trégua temporária entre Israel e o Hamas, que resultou na libertação de mais de 150 reféns mantidos pelo grupo palestino e outros 240 pelo governo sionista. No entanto, as forças israelenses seguem com os ataques, especialmente no sul da Faixa de Gaza.
Al-Thani convocou o Conselho de Segurança da ONU a intervir, forçando Israel a retornar as negociações. Ele classificou as ações israelenses como um “genocídio” e reforçou a necessidade de uma solução pacífica.
Enquanto Israel realiza bombardeios no sul da Faixa de Gaza, Philippe Lazzarini, chefe da agência da ONU para refugiados palestinos em Gaza (UNRWA), afirmou que as zonas identificadas como “seguras” não são reais.
Ele também ressaltou que nenhum lugar em Gaza é seguro, e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez apelos para a proteção de civis e infraestrutura civil, incluindo hospitais.
O Ministério da Saúde de Gaza informou que cerca de 900 palestinos foram mortos desde o fim da trégua na última sexta-feira. Israel acusa o Hamas de usar civis como “escudos humanos”, enquanto o grupo nega essas alegações.