Por João Tavares, jornalista –
Dizer que os médicos vão escolher quem vai morrer em virtude da falta de leitos de UTI para pacientes com coronavirus é uma meia verdade com objetivo de aterrorizar. Todos os dias, em todos os cantos do mundo, diante de um acidente com muitas vítimas ou de uma catástrofe de grande porte, médicos e para-médicos são orientados a atender quem tem mais chances de sobreviver. Isso pode ser no resgate em uma rodovia ou numa situação como a vivida hoje.
Se você estivesse a beira de um rio e visse uma criança de 10 anos e uma avó de mais de 79 se afogando, quem você salvaria primeiro?
Note que em minha pergunta existe a possibilidade de salvar as duas pessoas. Mas você precisa estabelecer prioridade. Se demorar a mergulhar as duas morrem. Assim são os médicos em situações limites.
Médicos não são monstros. Junto com os demais profissionais saúde, correm mais riscos de vida diante de uma pandemia do que os bombeiros em um incêndio. Merecem respeito, orações e agradecimentos.