PorRaphael Fernandes, compartilhado de Diário do Rio –
O DIÁRIO DO RIO ouviu as explicações do setor para a lotação nos meios de transporte da Região Metropolitana, alvo de críticas da população
Em meio às recentes medidas restritivas implementadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro no combate à proliferação da Covid-19 no município, como, por exemplo, a redução do horário de funcionamento de bares e restaurantes e a capacidade limitada de público nos referidos estabelecimentos, uma das comparações sempre citadas pela população carioca – em tom de reclamação – é que isso acontece ”mas o transporte público continua lotado”.
Pensando nisso, o DIÁRIO DO RIO entrou em contato com os principais meios de transporte que abrangem a capital fluminense, além das secretarias, para que pudessem dar explicações à população sobre o assunto.
O MetrôRio, por exemplo, que interliga as zonas Norte e Sul da cidade, além da extensão até a Barra da Tijuca (Jardim Oceânico), informou que ”apesar da queda de passageiros ser superior a 50%, toda sua frota está em operação nos horários de pico, sendo adotados os mesmos intervalos praticados no período pré-pandemia”.
Responsável pelos trens que vão do Centro do Rio até a Baixada Fluminense, passando pela Zona Norte, a SuperVia, por sua vez, disse que, atualmente, ”transporta apenas cerca de 300 mil passageiros por dia, metade do que transportava antes da pandemia”, e que a ”taxa de ocupação tem se mantido abaixo do percentual máximo de 60%”.
Já o BRT Rio garantiu que ”vem trabalhando com toda a sua capacidade operacional” e que ”faz campanhas permanentes em suas redes sociais e com cartazes afixados nas estações e terminais”. Paralelamente, a Secretaria de Transportes do Rio informou que ”até que o BRT seja licitado, o município vai fazer uma intervenção de forma temporária na operação e gestão do sistema”.
Vale ressaltar que, até o fechamento desta matéria, o VLT Carioca e a CCR Barcas, outros 2 meios de transporte bastante utilizados na cidade, não haviam respondido à procura da reportagem. O mesmo vale para a Agetransp e para a Secretaria Estadual de Transportes, que também foram convidadas a se manifestar.
Confira, na íntegra, os comunicados oficiais emitidos pelo MetrôRio, SuperVia, BRT Rio e pela Secretaria Municipal de Transportes
MetrôRio
”O MetrôRio informa que, apesar da queda de passageiros ser superior a 50%, toda sua frota está em operação nos horários de pico, sendo adotados os mesmos intervalos praticados no período pré-pandemia.
A operação segue em pleno funcionamento nas linhas 1, 2 e 4, em horário regular e com todas as estações abertas. A empresa continua adotando medidas de prevenção ao Coronavírus, como a obrigatoriedade do uso de máscaras, que é informada por meio de avisos sonoros, publicações nas redes sociais, mensagens de áudio e vinhetas de vídeo no interior dos trens e placas informativas nos acessos às estações.
A concessionária reforça que é extremamente importante que os clientes se conscientizem e façam o uso correto da proteção facial na prevenção ao Coronavírus. Todas as estações do sistema contam ainda com dispensadores de álcool gel instalados nos locais de uso comum, incluindo as plataformas, para utilização dos clientes. O MetrôRio também vem fazendo a sanitização dos trens e estações regularmente.”
SuperVia
”A operação dos trens é programada de acordo com a demanda de clientes. Hoje, a concessionária transporta apenas cerca de 300 mil passageiros por dia, metade do que transportava antes da pandemia. A empresa monitora a taxa de ocupação dos trens, que tem se mantido abaixo do percentual máximo de 60%, estabelecido pelo decreto estadual 47.228/20. A medição é baseada em critérios técnicos, definidos e fiscalizados pela Agetransp.
Atualmente, a concessionária tem registrado maior quantidade de embarque das 06h às 07h e por volta das 17h. Nos outros horários, a queda de embarques ocorre de forma brusca. É importante ressaltar a necessidade de uma ampla discussão entre o poder público, as empresas e a sociedade sobre medidas que reduzam a procura pelos transportes em horários tão concentrados. A SuperVia tem dialogado sobre isso com autoridades e em todos os fóruns dos quais participa.
Em relação ao uso de máscaras, a SuperVia esclarece que a fiscalização cabe ao poder público. A concessionária realiza campanhas de conscientização para seu uso obrigatório e vende passagens apenas aos clientes que estejam utilizando máscaras no momento da compra nas bilheterias. A empresa conta com a compreensão dos passageiros para que mantenham o uso durante suas viagens visando a proteção de todos.”
BRT Rio
”Apesar da grave crise financeira, o BRT Rio vem trabalhando com toda a sua capacidade operacional, e seguimos avaliando permanentemente a nossa malha. De março de 2020 a fevereiro de 2021, o BRT Rio teve perda de receita de R$ 215 milhões e, atualmente, está com uma queda de 50% da demanda de usuários.
Soma-se a esse cenário os calotes, um dos problemas mais graves no sistema, responsáveis por 30% da evasão, além do não reajuste da tarifa há 26 meses, o vandalismo de estações e a expansão do transporte clandestino. Apesar disso, o BRT Rio está empenhado em prestar um serviço de qualidade aos passageiros. Nos últimos 14 meses, 43 estações foram reformadas ou recuperadas.
Em relação à lotação, o BRT Rio faz campanhas permanentes em suas redes sociais e com cartazes afixados nas estações e terminais. É importante ressaltar que a fiscalização de acesso aos ônibus e o uso de máscaras cabe aos agentes públicos com poder de polícia, já que os operadores de estação e os motoristas não têm o poder de barrar passageiros que forçam a entrada nos ônibus.”
Secretaria Municipal de Transportes do Rio
”Diante da falta de perspectiva de melhoria no serviço do BRT, a Prefeitura optou por licitar o sistema e a bilhetagem eletrônica dos transportes da cidade. Até que o BRT seja licitado, o município vai fazer uma intervenção de forma temporária na operação e gestão do sistema.
Os procedimentos administrativos para o início da intervenção já começaram. Na última quarta-feira, dia 10, os consórcios foram notificados, via Diário Oficial, sobre a decisão da Prefeitura de intervir no sistema BRT, dando-lhes, assim, a possibilidade de manifestação e ampla defesa.
Na última semana, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, a secretária de Transportes, Maína Celidonio, e técnicos da Prefeitura se reuniram diversas vezes com os presidentes dos consórcios, executivos e técnicos que operam o transporte público da cidade e iniciaram os trabalhos de transição.
Em paralelo, a secretaria municipal de Transportes finalizou a coleta de dados nas estações e terminais mais críticos do BRT para atualizar o dimensionamento da frota e os intervalos necessários para a prestação de serviços do sistema. Esses dados serão consolidados e publicados até o fim deste mês.”
Atualização – 17 de março de 2021 – 18h10
VLT Carioca
”Desde o início da pandemia o VLT acompanha a movimentação em suas composições e busca atender às orientações sanitárias dos órgãos oficiais. Atualmente, mesmo com um público menor circulando pelo Centro, o VLT aplica os mesmos intervalos operacionais do período pré-pandemia e, no geral, não há reclamações de usuários sobre a lotação das composições. Vale reforçar que outras medidas, como o reforço na higienização dos trens ao fim de cada trajeto, também estão sendo mantidas pela concessionária.”