Memórias do Cárcere: estive presa com Lula

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Por Jefferson Guimarães. Belém, Pará – 

Estive presa por 580 dias com Lula, foi terrivel. Lembro-me que ficamos frente a frente com Sérgio Moro e seus sabotadores, foi torturante.

Quando o Japonês da federal bateu a porta às 6:00 da manhã, eu estava lá com Lula. Nos acuaram, humilharam e riram de maneira sarcástica.




Quando eu e o Lula sofríamos com a morte de dona Marisa Letícia, eles faziam galhofa via Telegram. Quando o neto de Luiz Inácio morreu, os nossos acusadores comemoraram.

Lula dizia para mim:

– companheira, você precisa fugir, voltar.

Eu dizia a ele:

–  Lula, estou tentando, mas eles estão me sufocando em todos os cantos desse país.

Lula se agarrava em mim; as vezes chorava ao meu lado. Mas, nunca desistiu.

Na prisão, Lula exigia que eu gritasse insistentemente…eu gritava!

Lula dizia:

-grite mais alto!

Eu gritei!

-O Papa Francisco ouviu;

-Maradona ouviu;

-Perez Esquivel ouviu;

-Juizes Europeus e Africanos ouviram;

-Intelctuais do mundo ouviram meu grito.

Enquanto estávamos presos vimos a morte da menina Ágatha, do músico Evaldo, do vavá.

-Eles nos prenderam e soltaram o Nazifascismo-

Foram tempos dificies. Hoje, fora da prisão, eu e o meu companheiro Lula seguimos na luta, e sei que venceremos.

Meu nome é JUSTIÇA.

Parabéns, Lula.

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