247 – Quase duas semanas depois do julgamento em que a Justiça da Itália negou o pedido do governo brasileiro para sua extradição, Henrique Pizzolato diz que o ‘mensalão’ foi algo criado para derrubar o então presidente Lula. “Com o dinheiro do Banco do Brasil não faltou um só centavo. Era impossível que alguém pegasse o dinheiro”, diz, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Questionado de quem seria, então, a responsabilidade, afirmou: “Da oposição. O que eles queriam? Tomar o poder. Não estavam satisfeitos que um trabalhador, como Lula, estivesse no poder”.
Pizzolato diz viver melhor agora do que seus últimos dias no Brasil, onde conta ter sido agredido e molestado pelas pessoas. “No Brasil, eu não poderia sair do meu apartamento”, afirma.
Condenado na Ação Penal 470, o ‘mensalão’, a uma pena de 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato afirma ter “todas as provas” que apontam para sua inocência. “Eu sabia que era inocente”, ressalta.
Questionado por que, então, fugiu para a Itália – Pizzolato deixou o Brasil em novembro de 2013, um dia após a expedição de seu mandato de prisão – ele responde: “para me salvar”.
Ele critica, porém, o relato feito pela mídia sobre seu processo de fuga: “Ali tudo foi uma fantasia. As pessoas precisam da fantasia. Talvez, um dia, uma parte da imprensa vai entender que a calúnia não faz parte da liberdade de imprensa. A imprensa precisa trazer informações, e não ficção”.
Um dos motivos alegados pela Justiça italiana para negar a extradição de Pizzolato foi a condição precárias dos presídios brasileiros. “As prisões são mediáveis. As pessoas são tratadas como animais”, opina ele. “Eu não prejudiquei ninguém. Eu encontrei uma maneira de proteger a minha vida”, comenta, ainda, sobre o fato de ter deixado o País para não cumprir a pena.