Bolsonaro o chamou de “maluco”. Não comentou as semelhanças do ato com os ataques de 8 de janeiro de 2023 de seus apoiadores
Por Patricia Faermann, compartilhado de Jornal GGN
Jair Bolsonaro tentou se dissociar do correligionário homem-bomba que morreu após detonar bomba em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes.
Logo nas primeiras horas desta quinta-feira (14), Bolsonaro o chamou de “maluco”. Não comentou as semelhanças do ato com os ataques de 8 de janeiro de 2023, de seus apoiadores, que invadiram e depredaram a mesma Praça dos Três Poderes naquela ocasião.
Francisco Wanderley Luiz, que levava a alcunha de “Tiü França”, tentou uma vaga a vereador pelo PL, em 2020, o partido de Jair Bolsonaro, em sua cidade natal, Rio do Sul, interior de Santa Catarina.
Correligionário de Bolsonaro, ele replicava nas mensagens disponibilizadas em suas próprias redes sociais a mesma receita de linguagem usada pelos apoiadores mais radicais do ex-mandatário, além de incitar ataques, invasões, também o uso de bandeiras do Brasil, incitação contra o STF e o apelo “religioso missionário” de Jair Bolsonaro.
Mas sobre a coincidência de partidos – “Tiü França” não havia se desfiliado do PL até o ato criminoso -, Bolsonaro justificou a dissociação com o autor do crime afirmando que quando o então candidato a vereador disputou as eleições municipais, em 2020, o então mandatário não integrava o partido. Bolsonaro se filiou ao PL em 2021.
Ainda que com o mesmo partido e linguagem de seus apoiadores – os mesmos que invadiram a mesma Praça dos Três Poderes em 2023, destruindo os patrimônios públicos e locais de trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), da Câmara e do presidente da República, a raiva pelo PT é outra semelhança do candidato a vereador.
“Ele apenas soltou uns foguetinhos para comemorar o dia 13. Eu não gosto do número 13. Tem cheiro de carniça igual cachorro quando morre”, escreveu Francisco Wanderley Luiz, a si mesmo, ao narrar em um futuro hipotético a tentativa de destruir o STF no que foi o dia 13 de novembro, o número do partido de Lula, o PT.