Por Carlos Vasconcellos, compartilhado do Site dos Bancário Rio –
Ganhos extraordinários explicam voracidade do mercado e do governo Bolsonaro, que querem privatizar os bancos públicos
A crise econômica agravada pela pandemia no novo coronavírus afetou fortamente os setores da indústria e do comércio, levando a muitas falências e aumento do desemprego. Mas no sistema financeiro, os ganhos continuam elevados. O Banco do Brasil teve um crescimento de 6,1% nos lucros no quarto trimestre se comparado ao terceiro trimestre, revelando que a empresa faturou muito dinheiro, mesmo com economia do país paralisada pela maior crise sanitária da história. O BB faturou R$ 3,695 bilhões no período. Como não poderia ser diferente, em relação ao mesmo período em 2019, antes da pandemia, houve queda de 20,1%.
Em 2020, o BB lucrou R$ 13,884 bilhões, ganho 22,2% menor do que em 2019 (R$ 17,848 bilhões).
De olho na privatização
Apesar de acumular rios de dinheiro, a direção do BB promove um desmonte na empresa, anunciando o fechamento de 361 unidades, entre agências, postos de atendimento e escritórios em todo o país e a demissão de pelo menos cinco mil funcionários. As medidas são um sinal claro de que o objetivo é atrair os bancos privados em uma futura privatização, um sonho de consumo do ministro Paulo Guedes e dos banqueiros.
“Os banqueiros e o capital estrangeiro estão de olho na fatia gorda dos lucros dos bancos públicos e está em andamento um projeto claro de privatização, que começa com o desmonte da empresa. Não foi por acaso que Guedes, cuja função neste governo é executar toda a pauta do cartel do sistema financeiro e das grandes corporações nacionais e estrangeiras, entregou a preço de banana ativos do BB para o BTG Pactual, instituição privada fundada por ele próprio, numa promíscua relação de interesses”, explica o diretor da Secretaria de Bancos Públicos do Sindicato, José Henrique.