Micheque Bolsonaro comete crimes eleitorais

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Apesar dos ataques crescentes do “capetão” e dos seus generais golpistas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) segue muito benevolente com os crimes praticados pelos ocupantes do poder. Neste domingo (9), na comemoração do Dia das Mães, a primeira-dama Michele Bolsonaro – a badalada “Micheque” – usou ilegalmente a rede nacional de rádio e televisão.

Por Altamiro Borges, compartilhado de seu Blog




Charge: Zé Dassilva

Oportunisticamente, ela pegou carona em um pronunciamento oficial da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Cristiane Rodrigues Brito. Na maior caradura, ela elogiou as políticas públicas para as mulheres do seu comparsa – baita demagogia para um governo culpado pelo genocídio na pandemia da Covid-19 que enlutou milhares de mães, filhas e netas.

Mas pior do que a farsa foi o crime eleitoral cometido pela primeira-dama. O decreto 84.181 de 1979 fixa que uma rede de rádio e TV só pode ser convocada para pronunciamento dos chefes dos três poderes ou de ministros autorizados pelo presidente da República. A lei não autoriza palanque para terceiros. Mas parece que o TSE não se atentou para o fato!

Estratégia para diminuir a rejeição do marido

A presença de Micheque Bolsonaro na rádio e tevê não foi à toa. Faz parte da estratégica do covil fascista para tentar diminuir a rejeição de Jair Bolsonaro entre as mulheres. Todas as pesquisas apontam as dificuldades do genocida neste eleitorado, que hoje é majoritário no país. Segundo dados de abril do TSE, são 79,2 milhões de eleitoras ou 52% do total de votantes no país – o que representa 8,7 milhões a mais do que os 70,5 milhões de eleitores homens.

Como registra o site Metrópoles, “com uma participação ativa na campanha do marido, Michelle atua numa posição de tentar humanizar a imagem do atual presidente e tentar conectar a sua campanha não apenas ao público evangélico, mas também com mulheres mais pobres, atingindo o Norte e o Nordeste”.

Como revelou o site UOL há cerca de duas semanas, o covil fascista decidiu que a primeira-dama “terá participação ativa na campanha de Bolsonaro à reeleição, com agenda própria de viagens pelo país”. O site inclusive cita várias aparições recentes de Michelle Bolsonaro em cerimonias oficiais, algumas até ao lado do marido – o que não era muito comum.

Humanizar a imagem do presidente

“No início de abril, os dois visitaram obras da unidade de radioterapia da Santa Casa de Bagé (RS) e discursaram. Jair Bolsonaro disse estar ‘muito bem acompanhado da primeira-dama’ e destacou que aquela era a ‘primeira vez que ela sai comigo de Brasília, com toda certeza outras vezes ela me acompanhará’”.

Já a Folha garante que as suas aparições crescerão no próximo período. “A avaliação do núcleo que define a estratégia eleitoral do mandatário é a de que a companheira do presidente é carismática e pode ajudar a humanizar a imagem do chefe do Executivo, que conta com rejeição maior entre as mulheres, segundo as pesquisas eleitorais”.

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