Publicado em DW Brasil –
Atos convocados por movimentos estudantis e sindicatos foram realizados em dezenas de cidades brasileiras. Terceira mobilização contra contingenciamento de verbas foi menor do que as realizadas em maio.
Milhares de estudantes foram nesta terça-feira (13/08) às ruas de dezenas de cidades do país contra o contingenciamento de recursos da educação, em defesa da autonomia das universidades públicas e contra a reforma da Previdência.
Os atos foram convocados por entidades estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), e centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Segundo a agência de notícias EFE, protestos ocorreram em ao menos 77 cidades, tendo sido menos abrangente que os anteriores, enquanto o portal G1 contabilizou atos em 85 cidades. A UNE, por sua vez, afirmou que manifestações foram realizadas em mais de 200 municípios.
Esta é a terceira mobilização nacional em defesa da educação – e a quarta manifestação nacional contra o governo Bolsonaro, se levada em conta a greve geral de 14 e junho. A primeira foi em 15 de maio, tendo ocorrido em mais de 220 cidades. A segunda aconteceu em 30 de maio, em pelo menos 136 cidades.
As maiores concentrações nesta terça-feira foram no Rio de Janeiro e em São Paulo. No Rio, a passeata partiu da Igreja da Candelária, seguindo pela Avenida Rio Branco, entrando na Avenida Chile, indo até a sede da Petrobras.
Em São Paulo, os manifestantes se reuniram na Avenida Paulista, região central da cidade, bloqueando parte da via, seguindo em marcha ruma à Secretaria de Educação, na Praça da República.
Em Brasília, três faixas do Eixo Monumental tiveram que ser bloqueadas ao tráfego de veículos enquanto os manifestantes caminhavam em direção ao Congresso Nacional. A certa altura, participantes da primeira Marcha das Mulheres Indígenas, que também protestavam na Esplanada dos Ministérios, uniram-se ao ato.
Para a UNE, os contingenciamentos anunciados pelo governo afetam não só o ensino superior, mas também a educação básica, o ensino médio e programas de alfabetização.
De acordo com a UNE, os protestos também são contra a proposta do Ministério da Educação (MEC) de instaurar o programa Future-se, que para as entidades sindicais e movimentos estudantis, transfere para o mercado atribuições que são dos governos. Segundo o MEC, o programa busca o fortalecimento da autonomia administrativa, financeira e da gestão das universidades e institutos federais.
MD/efe/ebc