Cacheado, como era conhecido, foi assassinado por dois homens na madrugada desta terça-feira (13). Os criminosos chegaram encapuzados, invadiram sua casa e o executaram a tiros, em Araguatins
Compartilhado do Portal do MST
O Militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado do Tocantins, Raimundo Nonato Oliveira, popularmente conhecido como Cacheado, foi assassinado por dois homens que na madrugada desta terça-feira (13), chegaram encapuzados, invadiram sua casa e o executaram com tiros de arma de fogo, no município de Araguatins/TO.
No estado, Cacheado começou a se envolver na luta social ainda muito jovem. Iniciou sua militância nas comunidades Eclesiais de Bases, participando da Pastoral da Juventude Rural-PJR/CPT. Nos anos 2000, ingressou no MST, contribuiu com movimentos sindicais e partidos políticos, como PT, PCdoB e PSOL.
Tanto o Movimento como o próprio Cacheado sempre foram criminalizados e perseguidos pelos latifundiários, grandes grileiros de terra públicas na região do Bico do Papagaio. Estes, por diversas vezes, entre os anos de 2000 a 2015, tentaram assassinar Cacheado. Porém, ele conseguiu sobreviver às tentativas.
No decorrer do período do governo Bolsonaro, as ações de criminalização e risco de assassinatos de militantes sociais, sobre tudo os que lutam pela terra, ficaram muito evidente, se acirrando, ainda mais, no período eleitoral e pós eleições neste ano de 2022.
Atualmente o MST na região do Bico do papagaio vivencia uma investida por parte dos latifundiários, por parte dos órgãos de segurança pública e até mesmo por parte do Poder Judiciário, o que a nosso ver, contribui para motivar ocorrência de crimes dessa natureza.
Raimundo Nonato Oliveira – Chacheado, sempre falava que, ainda criança, vivenciou o assassinato de seu pai por pistoleiros a mando de latifundiários, fato que o motivava a se envolver na luta pela terra.
O MST reafirma que vai continuar lutando e resistindo contra toda e qualquer forma de injustiça social, com quem quer que seja. Lutaremos incansavelmente para que seja feito justiça contra mais esse brutal assassinato que ceifou a vida do militante Cacheado.
*Editado por Solange Engelmann