Durval Teófilo Filho foi assassinado com três tiros na porta do condomínio. “Ele falou que era morador, e o vizinho não quis saber”, desabafa a esposa
Por Carolina Fortes, compartilhado da Revista Fórum
Na mesma semana em que repercutiu o assassinato do congolês Moïse Kabagambe, outro caso lamentável de racismo foi registrado em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. O sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra matou o próprio vizinho, Durval Teófilo Filho, de 38 anos, após “confundi-lo” com um bandido.
Ao g1, a esposa de Durval, Luziane Teófilo, disse que tem certeza que a morte foi motivada por racismo. “Vendo as câmeras, ouvindo a fala do delegado e pelo que os vizinhos estão falando, tenho certeza de que isso aconteceu porque ele é preto. Mesmo eles falando que ele era morador do condomínio, o vizinho não quis saber. Para mim, foi racismo sim”, desabafou.
Ela contou, ainda, que a filha de 6 anos do casal estava esperando pelo pai e, ao olhar pela janela, viu que ele estava morto. Abalada, Luziane chegou a ser levada ao hospital.
“A médica me falou que ele tinha sido alvejado por um vizinho que o confundiu com um bandido. Isso me deixou transtornada. Eu nunca pensei que isso fosse acontecer com um vizinho nosso”, disse a viúva.
Militar efetuou primeiro disparo ainda no carro
Imagens da câmera de segurança do condomínio, obtidas pelo RJ1, mostram Aurélio chegando de carro ao portão do local. Durval, a pé, aparece a alguns metros do veículo do sargento, que já dá o primeiro disparo de dentro do automóvel.