Publicado em Brasil 247 –
O escritor Milton Hatoum diz ter ficado assombrado com a péssimo nível do primeiro discurso de Jair Bolsonaro como presidente eleito; ele diz: “foi um vexame o primeiro discurso do novo presidente. Antes da fala, o eleito e seus assessores, orando de mãos dadas e olhos fechados, pareciam membros de uma seita religiosa fundamentalista, e não dirigentes políticos de um Estado laico”
247 – O escritor Milton Hatoum diz ter ficado assombrado com a péssimo nível do primeiro discurso de Jair Bolsonaro como presidente eleito. Ele diz: “foi um vexame o primeiro discurso do novo presidente. Antes da fala, o eleito e seus assessores, orando de mãos dadas e olhos fechados, pareciam membros de uma seita religiosa fundamentalista, e não dirigentes políticos de um Estado laico”.
O escritor disse mais – em sua fan page no Facebook, replicada pelo site DCM: “o discurso, de uma vulgaridade gritante (na forma e no conteúdo), antecipa um estilo de governar”.
Hatoum prossegue e cita Tchecov: “não menos vulgares são os assessores e bajuladores que cercam o capitão. Ao ver e ouvir as cenas patéticas da reza e da fala, me lembrei das frases de um conto de Tchekhov:
‘Estou cercado de vulgaridades por todos os lados […] Gente enfadonha, vazia… Não há nada mais medonho, mais ultrajante, mais deprimente do que a vulgaridade. Fugir daqui, fugir hoje mesmo, senão vou ficar louco!'”
E conclui: “mas não é preciso fugir. Vou ficar aqui, lendo, escrevendo, dando palestras sobre literatura, questionando democraticamente essa figura sinistra e o que ela representa.”